segunda-feira, 8 de setembro de 2008

NÓS, OS ILUDIDOS

Uma bateria, um baixo e uma guitarra. O resto é rock. Eu assistia ao show. Num determinado momento o guitarrista e vocalista, após apresentar a banda, disse, sem nenhum ranço nem travo, que não passavam de uns iludidos. O tom era de brincadeira e descontração.

Quando o vocalista disse que eram uns iludidos, foi inevitável: “Eu também”, pensei. O adjetivo iludido me define muito bem. Num eufemismo, eu poderia me valer da palavra sonhador, mas iludido é mais real e apropriado.

Quase incorro em devaneio improdutivo e deletério. Se isso não ocorre de vez, é porque tento, não sei se com pleno sucesso, segurar firme as rédeas da razão. Se não me policio, o lado iludido desembocará em quixotesca existência.

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