quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

FOTOPOEMA 308

ÁGUAS

Sou muito repetitivo. Exatamente por isso, repito: a água é um grande assunto para a fotografia.

Há alguns dias, postei fotos em que há água corrente; são imagens de longa exposição. Conforme comentei, a intenção era causar o que chamam de efeito “leitoso” na água; esse efeito é também chamado de “véu de noiva” — em especial quando se trata de foto de cachoeira.

A técnica não é o mais importante na fotografia. Entretanto, ela é útil para que o fotógrafo possa concretizar aquilo que é sua intenção. A técnica permite a realização do que a sensibilidade ou o pensamento pretendem. O equipamento também ajuda (mas isso é assunto para outra postagem).

Estas fotos foram feitas hoje, um pouco antes das 17h, enquanto chovia por aqui. Minha intenção era “congelar” o movimento da água da chuva que batia na beirada do telhado. Para isso, é necessário usar o que em fotografia se chama de velocidade alta.

Na “foto 1” (cada foto tem seu número sobre ela), usei a velocidade de 1/3200. Isso significa 1 segundo dividido por 3.200. Tente imaginar o intervalo de um segundo dividido por 3.200. Esse tempo ínfimo foi a “duração” da “foto 1”; foi o tempo que a luz teve para chegar ao sensor da câmera.

Como a “duração” da imagem foi mínima, usei, nas três imagens, um “flash” acoplado ao equipamento para compensar a pouca luz; o dia estava nublado e eu estava dentro de casa, próximo à janela da cozinha, quando tirei as fotos. Além do mais, a luz do “flash” também ajuda a “congelar” o movimento. Por fim, a pouca luz se devia também à velocidade alta.

Antes mesmo de realizar as fotos, eu tinha em mente o que fazer. Os registros já haviam sido concebidos em pensamento antes de o obturador ser apertado. É nesse sentido que a técnica é uma aliada, embora dela não devamos ser escravos. A sensibilidade, o olhar e o nosso modo de enxergar o mundo, as coisas, as pessoas e a nós mesmos é mais importante.