sábado, 11 de maio de 2013

CONTO 63

Maísa, no fundo, nutria uma dor que ela fingia querer esquecer. Não era uma dor lancinante; Maísa mal se apercebia dela. Por isso mesmo, era suportada e candidamente mantida. Uma dor presente como canção que fica de leve na cabeça enquanto se executa uma tarefa qualquer. Num vinte de julho, sem que Maísa se desse conta, a dor, por fim, foi embora. Não por decisão de Maísa, mas, sim, porque, ela, a dor, quis partir.