Dos mitos aos sonhos, passando pelo artista todo maquiado no circo, tudo é contar história. Cada um conta a sua como consegue, sabendo disso ou não; todo mundo é personagem, sabendo ou não. Nessa história toda, que pode ser triste ou feliz, monótona ou vivaz, somos todos autores e personagens, escrevemos e somos escritos. Poder-se-ia simplesmente dizer: “Como somos estúpidos”. Ora, mas isso é pobre. Quando se cria uma história, nem por isso deixamos de ser estúpidos, mas somos, em contrapartida e ao mesmo tempo, criativos, e entendemos melhor nossa estupidez. Do buquê enviado à ofensa proferida, tudo é um contar de história. Queremos, talvez em vão, entender o que somos e o que são as demais coisas. E nosso jeito de fazer isso é contar histórias.