sexta-feira, 8 de agosto de 2014

CANIBALISMO

Mordi a língua:
tive de engolir
palavra por palavra. 

FOTOPOEMA 356

LUÍS ANDRÉ NEPOMUCENO INTERPRETA TEXTO DE MINHA AUTORIA


De tempos em tempos, Luís André Nepomuceno vem aqui para casa a fim de gravar alguns textos literários. São momentos de risadas e de literatura, o que já é motivo o bastante para que as gravações ocorram.

Professor e escritor, Luís André ainda tem a verve de ator, o que, ademais, é comum na família dele. Nesta postagem, ele interpreta Proposta, texto de minha autoria. Basta dar “play” acima para que você escute o poema.
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PROPOSTA

Texto: Lívio Soares de Medeiros
Interpretação: Luís André Nepomuceno

Casa comigo.
Casa comigo num aquário. 
Ou então debaixo de uma árvore – ou sobre ela. 
Casa comigo: pode ser na rua, 
num túnel ou num estádio. 
Numa capela ou numa mansão. 
Ou dentro de um carro. 
Quem sabe na roça?... 
Ou numa grande cidade?... 
Casa comigo. 
Casa comigo todos os dias. 
Casa comigo agora. 
Casa comigo numa praça ou num canto. 
Num riacho ou num restaurante. 
Casa comigo de manhã, de madrugada 
ou às quinze para as quatro.
Casa comigo.
Não precisa contar para o padre – conte comigo.
Casa comigo e depois, se preciso, a gente conta.
A gente conta e casa depois.
A gente casa quantas vezes for preciso.
Casa comigo, vestida de noiva ou de vestido.
De tênis ou de salto.
No escuro ou na ribalta.
Casa comigo. 

DICIONÁRIO LIVIANO DE INGLÊS (2)