sexta-feira, 22 de junho de 2012

APONTAMENTO 144

Prova de que estou mesmo ficando velho (ou do quanto minha mãe não aparenta ter a idade que tem): há pouco, uma senhora chamou lá fora, procurando pela minha mãe, que não mora aqui. Queriam entregar para ela um convite para um evento beneficente ou algo assim. Recebi recomendações fortes para entregar o convite para ela. Já indo embora, a senhora perguntou: “O senhor é o esposo dela?”.

WAGNER MOURA EM TRIBUTO À LEGIÃO URBANA

Quando fiquei sabendo que o ator  Wagner Moura  participaria  de um show--tributo ao Legião Urbana, ao lado de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, logo pensei que Moura fosse também um cantor de mão cheia, além do estupendo ator que é.

Ele não é um grande cantor. Nas mais de duas horas de show, o que se vê é um emocionado Wagner Moura se comportando e cantando como um fã – não como um profissional que domina as manhas do palco e do canto.

Frases como “essa é, talvez, a noite mais emocionante de toda a minha vida” ou “essa banda mudou a minha vida” evidenciam a intensidade da admiração que Moura tem pelo Legião. Também por ele não ser um bom cantor, a iniciativa foi taxada de caça-níqueis. Não fiquei com a impressão de que o ator estivesse naquele palco por dinheiro.

O show contou com a participação de Andy Gill, guitarrista da banda inglesa Gang of Four, de que Renato Russo era fã. Com Gill tocando guitarra no palco (e com Moura fora dele), Dado Villa-Lobos cantou “Damaged goods”, do repertório do Gang of Four; durante a canção, citaram “Love will tear us apart”, do Joy Division. No baixo, o também convidado Bi Ribeiro, dos Paralamas.

Se por um lado Wagner Moura não convence como  cantor,  por outro  tem--se o entusiasmo de um fã que estava num palco, ao lado de Bonfá e  Villa--Lobos, apresentando-se para milhares de pessoas, as quais cantavam em uníssono as canções que mudaram a vida de Moura.