terça-feira, 20 de setembro de 2016

A menina no espelho

Em 1994, escrevi uma crônica sobre os caminhos que nos levam a um autor. Sei que soa cabotinice eu mencionar algo escrito por mim mesmo neste texto de agora. Se faço isso, é porque o que estou digitando tem a mesma temática do texto escrito em meados da década de 90.

Na semana passada, conversei com uma aluna. Cheia de entusiasmo, ela estava falando de sua predileção por Fernando Sabino; em especial, pelo livro “O encontro marcado”. De acordo com a estudante, é intenção dela escrever sobre o livro em algum projeto escolar.

Disse que está relendo o romance. A primeira leitura foi há dois anos. Não me lembro se ela chegou a comentar o que a levou a ler Fernando Sabino. Do que me lembro, é de ela ter dito que já leu vários livros do escritor. Chegou a frisar: “Li até aquele sobre a Zélia”. Foi um alento escutá-la discorrer sobre o que já leu dele.

Enquanto ela conversava, fiquei torcendo para que essa magia não vá embora. Que a estudante vá descobrindo outros autores, outras vertentes, outras alegrias. Um livro leva a outro, que leva a outros. Essa boa tradição está viva. Tanto é assim que a aluna comentou: “Agora, eu quero ler os russos. O Fernando Sabino fala tão bem deles. Vou ler”.

Sim, minha cara, leia. Siga lendo, acatando sugestões dos autores que tiver em mãos, conferindo escritores que surgirem em conversas. Assuma “riscos”, lendo autores pouco mencionados ou não indicados por ninguém. Leia de tudo, de todos. Entregue-se às palavras, deixe-se conduzir por elas, que são encantadoras. Por isso mesmo, gostam de ser encantadas... 

Céus