domingo, 15 de março de 2020

O vírus invisível

Já comentei que o problema pode não estar na fé, mas, sim, na má-fé e na burrice. Sobre o coronavírus, Edir Macedo disse que a epidemia é “tática de Satanás”. Macedo fala ainda em “pavor que a mídia tem usado”, tática essa que, aliás, já foi usada por outros políticos.

Que há inconsequentes imbecis que preferem ignorar a ciência (muitos deles, enquanto não estão doentes), disso, já sabemos. Ou o sujeito ignora a ciência por interesse próprio ou por burrice (ou pelas duas coisas). Curiosamente, a própria Igreja Universal publicou lista de cuidados contra a covid-19, a despeito da fala de Macedo.

É óbvio que há pessoas de fé que não são burras nem interesseiras; é claro que há pessoas religiosas que querem o bem, o bem do outro ou algo similar. Todavia, há muita coisa por aí chamada de fé que não passa de canalhice de líderes “religiosos” (não importa o dogma que dizem defender) e de burrice de seguidores.

A fé e o vírus

O prefeito de Goiânia havia dito que a cidade não seria atingida pela covid-19 porque, na visão do político, é protegida por Deus. Há casos da covid-19 confirmados em Goiânia; a prefeitura já está agindo na tentativa de coibir o alastramento dos contágios. O prefeito ainda havia dito que “o Brasil não será atingido por isso”, em referência ao vírus. A exemplo do presidente da república, o prefeito alegou que estaria havendo estardalhaço quanto à covid-19. O problema nesses casos não é a fé. O problema são a má-fé e a burrice; esta pode estar junto daquela na mesma pessoa.