terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O RIO CRIATIVO

A mente precisa achar um rio em que consiga navegar com criatividade. Quando acha, é como se não houvesse margens, é como se ela navegasse sem limites. O que advém desse estado mental é a criação, é o novo, é o espírito humano realizando o que tem de mais nobre e poderoso, que é a capacidade de criar mundos. Só a mente atenta percorre um rio assim; só a mente atenta cria quando devaneia. Quando acha esse rio, a mente torna-se manancial que faz jorrar o poder criativo que se tem, que deixa jorrar o que se é. 

SOBRE O PASSADO

Aprender o gosto por coisas velhas. Não simplesmente por serem velhas: há coisas velhas que devem ser jogadas fora, há gente velha que é estúpida. O que é velho está na juventude, está no carrão que acabou de ser tirado da concessionária. Seus antepassados correm em suas veias; enquanto você caminha, seus pés pisam também os séculos anteriores.

O passado já muito valeria se fosse "somente" história, mas ele é mais. Ele compõe o presente das coisas e das pessoas. O passado ensina. As tramas do passado se repetem. Não há enredo novo, e os personagens e as coisas estão todos impregnados de coisas velhas. O passado é um espelho à disposição do presente. 

FESTA NO MILHO


REVOADA

VOEMOS



Aprendi demais sobre fotografia no Treknature, página dedicada a fotos de natureza. Há a preferência por registros em que os animais não estejam em cativeiro. Inicialmente, fiquei espantado com as imagens; a seguir, mesmo nada sabendo de fotografia, comecei a postar minhas fotos.

Há na página um espaço dedicado a dúvidas que os membros possam ter sobre fotografia. Além disso, como minhas fotos eram muito ruins, os demais integrantes sempre me davam dicas, seja com relação ao ato de fotografar em si, seja quanto à edição das imagens. Não raro, nas fotos dos demais integrantes, eu perguntava como haviam conseguido um registro ou outro.

Sempre que postei alguma dúvida, nunca fiquei sem resposta. Sempre foram gentis, solícitos. Não havia a ideia pequena de não partilhar o que se sabe, como se o conhecimento que se tem não pudesse ser dividido. Devo muito ao Treknature. Tive na página uma presteza e uma vontade de ajudar que infelizmente não foram comuns quando tentei aprender com fotógrafos do Brasil que moram nos grandes centros.

Lembro-me de alguém por lá ter comentado que em fotografia de animais é bom fotografá-los quando estão fazendo alguma coisa. Se um animal está perseguindo a presa ou se está fugindo do predador, existe ação, algo está acontecendo. Se estão se reproduzindo ou se alimentando, a vida está acontecendo.

No sentido de se registrar os animais enquanto fazem algo, sou da ideia de que quando se trata de aves ou de pássaros, fotografá-los durante o voo é registrá-los num grande momento — pelo menos sob nossa ótica, que é humana. Para eles, suponho, é um ato como outro.