quarta-feira, 30 de abril de 2014

QUENTURA

Vem celebrar comigo.
Canções de antigamente, estrelas velhas.
Vem celebrar com violão, fogo e folguedo.
Amanhã seremos cinza também.
A gente canta para a noite e faz calor. 

terça-feira, 29 de abril de 2014

OS ANÉIS

No capítulo 22 do “Beowulf”, cuja data é imprecisa (considera-se que foi escrito entre os séculos oitavo e décimo), há a expressão “lord of rings”, usada como referência a um rei. Jamais li uma linha do J.R.R. Tolkien. Suponho, talvez incorretamente, que o título “The lord of the rings” tenha sido um empréstimo a partir do “Beowulf”. 

EVITE CÃIBRAS

O gesto de Daniel Alves é sofisticado, divertido, sarcástico, irônico, zombeteiro. Ao mesmo tempo, ele realizou uma das tarefas mais básicas do homem (ou do macaco) — alimentar-se. O que é o contexto: dependendo dele, algo tão trivial quanto comer uma banana pode deixar de ser... banal.

Fico me lembrando da cena e me perguntando o que ela ensina. O episódio é engraçado e incisivo. A graça, por si, não torna algo mais eficaz. Ainda assim, é a graça da cena que a torna mais densa. Tivesse Daniel Alves vociferado ou assumido a fúria de um símio desembestado, o ato não teria sido tão eloquente. Daniel Alves concebeu um gesto “simples” e de pura originalidade.

O lance é rápido, é solução momentânea. Há um quê de pilhéria numa resposta que é requintada demais. Se ao jogar a banana o sujeito quis dizer que Daniel Alves é um macaco, ao comê-la, o boleiro “admite” ser um macaco. Ao “assumir” que é um primata, o atleta acaba por colocar em cena um dos grandes poderes do homem, o de superar, com o apoio da galhofa e da inteligência, a estupidez que um ser humano é capaz de gerar.

Enquanto escrevo, sinto que o ato de Daniel Alves quer dizer bem mais do que o que expresso neste texto. Sinto que há um ensinamento óbvio, que todavia não consigo reter; apenas o intuo. Há algo me escapando por entre os dedos. Pode ser que essa suposta obviedade me surja depois de eu haver publicado este apontamento.

Não sou capaz de conceber uma resposta mais poderosa contra o preconceito de que o jogador foi vítima. Foi tudo tão rápido, tão vigoroso: logo depois de pegar a banana no gramado, saborear um pouco dela, dispensá-la e bater o escanteio, Daniel Alves materializou, em poucos segundos, que o espírito humano, às vezes, tem o dom de pairar acima da burrice.

A atitude do jogador não é solução para nada. Tivessem as pessoas, como um todo, a capacidade de se sensibilizar pelo exemplo e pelas ideias, o gesto de Daniel Alves teria consequências positivamente drásticas. Mas, no geral, houvesse essa capacidade, creio que uma banana não seria usada para indicar preconceito. Numa situação como aquela, eu ficaria chateado. Não sei como Daniel Alves se sentiu. Ainda bem que ele soube erguer a cabeça, marcando um inspirador e memorável golaço. 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

KENNING

Conduzindo e sendo conduzido, 
o habitante dos campos, 
no meio de sua jornada, 
deparou-se com a casa da lua. 
Foi convidado, convidou-se: entrou. 
Querendo e sendo queridos, 
mudaram-se para o rio das alianças 
o habitante dos campos e a casa da lua. 

APONTAMENTO 204

Há um ditado que diz: “Se a vida te der um limão, faz uma limonada”. Daniel Alves ensinou o que se deve fazer quando a vida joga uma banana. 

DIÁLOGO DE NAMORADOS

— Só quero que você fique um pouquinho mais...
— Só um pouquinho mais?!
— Sim, só um pouquinho mais.
— Hum... E quanto tempo seria um pouquinho mais?...
— Pode ser até o fim da minha vida?... 

domingo, 27 de abril de 2014

ENQUANTO

Um dia a gente morre pra valer.
Enquanto isso, a gente tem pequenas mortes.
Matam mas não matam.
Quase matam.

Um dia a gente morre pra valer.
Enquanto isso não vem, a gente renasce. 

APONTAMENTO 203

Sempre escrevi como quem quer se livrar rápido do que está escrevendo. Trata-se de medo de o leitor querer se livrar rapidamente de mim. 

LAR

terça-feira, 22 de abril de 2014

ERA UMA VEZ UM CONTADOR DE HISTÓRIAS

Em espanhol: primeiro capítulo de livro inédito de Gabriel García Márquez. Pode ser que a obra venha a ser publicada incompleta. Ainda assim, este primeiro capítulo é como se fosse um conto, no sentido de ter começo meio e fim. No texto, o velho Gabo contador de histórias que conhecemos. Para conferir, clique aqui

segunda-feira, 21 de abril de 2014

DECISÃO

Contemplou a brancura do papel.
Num só ritmo, com mão solta, 
preencheu a imaculada folha.
Releu o que escreveu, ponderou.
Num átimo, rasgou o verbo. 

FOTOPOEMA 351

domingo, 20 de abril de 2014

LUCIANO DO VALLE

A única vez em que chorei devido a resultado de uma partida de futebol foi em 1982; eu tinha onze anos. Quando a derrota do Brasil, que jogara contra a Itália, foi decretada, chorei. Aquele time era formidável. Parte de toda aquela magia estava também em Luciano do Valle. Era um narrador à altura do que fez aquela equipe.

Posteriormente, acompanhei, já pela Band, um programa de variedades que Luciano do Valle apresentava nos fins de semana. A atração ia ao ar de madrugada; chamava-se Valle Tudo. Mesmo chegando de alguma farra, a primeira coisa que eu fazia era ligar a TV para acompanhar a atração. Às vezes, até deixava de sair, a fim de sintonizar o Valle Tudo.

Dono de uma voz privilegiada, Luciano do Valle morre às vésperas de narrar mais uma Copa do Mundo. Perde o evento, que não terá, no rádio, Osmar Santos, que não mais narra, devido a sequela de acidente automobilístico, e não terá, na TV, o brilho e a emoção de Luciano. Valeu, do Valle. 

sábado, 19 de abril de 2014

SÃO RAFAEL, MEU PAI, UM FREGUÊS E EU

Durante toda a vida dele, meu pai trabalhou na Padaria São Rafael, cujo dono se chamava... Rafael. Mesmo depois de aposentado, meu pai continuou prestando serviço no local. Quando morreu, ele ainda trabalhava lá. Se eu não estiver enganado, foi lá que também conheceu minha mãe.

Foi natural que eu frequentasse a padaria antes mesmo de ter memória. Nos domingos à tarde, o movimento era fraco; meu pai então me deixava no caixa, enquanto ele ficava no balcão. Como meu pai já havia me ensinado a tabuada antes mesmo de eu ser alfabetizado, eu não me preocupava com as contas que eu teria de fazer na hora de voltar o troco.

Talvez eu já tenha contado a história da tabuada em alguma crônica antiga. Eu era sabatinado com frequência pelo meu pai. Se estivéssemos, digamos, voltando da casa da mãe dele, ele me tomava a tabuada durante o trajeto. Penso que a matemática nunca tenha sido drama para mim devido à iniciação numérica que meu pai me proporcionou.

Apaixonado por rádio, ele sempre teve diversos modelos. Quando ele os comprava, a primeira coisa que me atraía não era nem a vontade de manejá-los — era o cheiro que tinham. Feliz aquele que tem em sua memória olfativa o cheiro dos rádios que eram fabricados na década de 70.

Um desses rádios tinha algumas dezenas de, por assim dizer, pequenos furos na parte da frente. Meu pai olhou para o rádio e pediu que eu contasse o mais rápido que eu conseguisse quantos furos havia no rádio. Contei então os oito furos da primeira fileira do alto na horizontal e os sete furos da fileira da esquerda na vertical. Mentalmente, multipliquei-os; depois, foi só acrescentar os três furos que faltavam e dizer o mais veloz que pude: “São cinquenta e nove furos”. Pude perceber o leve sorriso do meu pai. Ele então contou que se eu não soubesse a manha de multiplicar os furos verticais e os horizontais, ele ensinar-me-ia.

Num domingo quente e parado, quase sem fregueses, estava eu no caixa da padaria. Um senhor entrou e foi atendido por meu pai. Não me lembro do nome da moeda da época. Isso, todavia, não importa; o senhor me passou um pequeno pedaço de papel quadrado em que meu pai havia escrito o valor da compra.

Peguei o papel: fosse hoje, nele estaria escrito o valor de, por exemplo, oito reais. Fiquei aguardando o senhor tirar o dinheiro do bolso. Divisei o que seria equivalente a uma nota de dez reais. Já fui abrindo a gaveta do caixa para dar ao senhor os dois reais de troco. Mas o freguês continuou revirando bolsos. Por fim, ele me entregou treze reais.

Meu mundo desabou naquele longínquo momento. Um cataclismo inexorável me deixou petrificado. Eu não sabia o que fazer com os treze reais. Eu não via lógica naquilo. Foi como se toda a concepção que eu tinha do Universo, da matemática e de mim, em meus seis ou sete anos de idade, tivesse sido esmagada. Eu já não sabia o que fazer, eu já não sabia mais fazer conta, eu já não sabia mais quem eu era. Afinal, se dez reais eram o bastante para pagar a conta, por que me entregar treze reais?

Perdido num vergonhoso labirinto, ainda fiz menção de devolver ao senhor os três reais. Ele, porém, disse: “Pode cobrar aí mesmo”. Desesperado e arrasado, ainda argumentei que se o valor da compra era de oito reais, dez reais seriam o bastante para pagar. O freguês seguiu resoluto: “Cobra aí mesmo; além do mais, fica mais fácil pra você me voltar o troco”.

Então, desisti de tudo. No torpor, eu não conseguia raciocinar. Eu não conseguia visualizar a situação, eu não conseguia pensar algo assim: “Se o valor da compra é de oito reais e ele me deu treze reais, logo, para saber quanto tenho de devolver a ele, basta que eu faça a seguinte conta: treze menos oito”.

Sem raciocínio e sem chão, olhei, com cara de súplica, para o senhor. Ao mesmo tempo, procurei pelo meu pai. Percebendo meu desespero, o freguês deu um sorriso e disse: “Me volta cinco reais e fica tudo certo”. Meu pai, já tendo se dado conta de meu fracasso, aproximou-se do caixa. Depois que o freguês saiu, explicou-me a conta que eu deveria ter feito. 

"UM RETRATO DE MULHER"


Eu nunca quis ser iconoclasta. Ainda que eu quisesse, sei que não levo jeito para isso. Além do mais, como escrevo por gosto, e não por dever, prefiro me dedicar a discorrer sobre aquilo que curto. Mesmo assim, digo: não gosto de “Metropolis” (1927), do diretor Fritz Lang. É aquela velha conversa: sei da importância do filme... mas...

Todavia, alguns dias atrás, assisti a “Um retrato de mulher” (The woman in the window, 1944), também de Fritz Lang. O roteiro é de Nunnally Johnson. A produção é baseada no livro “Once Off Guard”, de J.H. Wallis. Gostei demais do filme.

No enredo, o professor Richard Wanley (Edward G. Robinson) observa, com desvelo, o retrato de uma mulher numa vitrine. Logo após, ele se diverte com amigos num restaurante; ao sair, depara-se com Alice Reed (Joan Bennett), que é a mulher do retrato. Os dois iniciam conversa. Wanley acaba indo ao apartamento dela.

É quando a encrenca tem início. O amante de Reed entra no apartamento e tenta matar Wanley; na contenda, o amante é que acaba sendo morto, com a ajuda de Reed. Ela e o professor se livram do corpo. Para piorar a situação, o perspicaz detetive responsável pelo caso é um dos grandes amigos de Wanley.

Ele é professor, não é criminoso. A polícia logo tem uma série de elementos que podem elucidar o caso. Não bastasse o aperto por que já passam Wanley e Reed, entra em cena Heidt (Dan Duryea), que há meses vinha seguindo o amante de Reed e sabe haver algo muito errado no desaparecimento dele; Heidt começa a chantagear Reed.

A despeito do emaranhado que fisga Wanley e Reed, “Um retrato de mulher” não é um filme pesado. Se por um lado nos compadecemos do desajeitamento dos cúmplices no crime, por outro, não deixamos de achar graça deles. A sequência final quebra o tom; o humor do filme, que até então vinha sendo velado, torna-se deliciosamente escancarado. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

CLAUSURA

Se for para vaca, 
curral.

Se for para ave, 
gaiola.

Se for para rato, 
ratoeira.

Se for para gente, 
boa parte da mídia. 

O LUGAR DE GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ





Certa vez, estive em Cordisburgo/MG estritamente para conhecer a cidade em que Guimarães Rosa havia nascido. Lá, estive na casa onde o escritor morou, hoje transformada em museu. Durante o trajeto, de dentro do ônibus, pude observar estabelecimentos comerciais cujos nomes fazem referência ao universo de Guimarães Rosa. Lembro-me de haver uma borracharia Grande sertão: veredas. Acho que era mesmo uma borracharia.

Há tempos era minha intenção conferir, por intermédio do Google Maps, Aracataca, na Colômbia; é a cidade em que nasceu Gabriel García Márquez. Hoje, finalmente, “visitei” o lugar. A exemplo de Cordisburgo, com suas referências ao mundo de Guimarães Rosa, há em Aracataca referências ao de García Márquez.

(Essa minha “turnê” por Aracataca confirma a “profecia” do cigano Melquíades, exibindo um óculo de alcance, logo no segundo parágrafo de “Cem anos de solidão”: “Dentro de poco, el hombre podrá ver lo que ocurre en cualquier lugar de la tierra, sin moverse de su casa”.)

Nas imagens desta postagem, conseguidas via Google Maps, dois registros de um comércio em Aracataca; o nome do estabelecimento é o nome da cidade de “Cem anos de solidão”. Também nesta postagem há a frente do museu dedicado a García Márquez; é o lugar em que ele nasceu. O endereço é Carrera 5 Nº 6 — 35. Em frente ao museu, réplicas de como era a casa quando o escritor nasceu podem ser adquiridas.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

Sempre tive uma dificuldade imensa para decorar textos. Para dizer a verdade, só sei dois textos de cor: o Soneto 17 do Shakespeare e a primeira frase do “Cem anos de solidão”. Não tive a intenção de decorar nem o soneto nem a primeira frase do livro: acabei os memorizando de tanto que os reli.

Em 1999, foi noticiado que Gabriel García Márquez tinha câncer linfático. Em 2012, que o escritor estaria demente, esquecendo-se até dos nomes dos amigos mais próximos. Foi então que, desde 2012, eu vinha pensando com frequência que chegaria o dia em que eu ficaria sabendo da morte dele, mesmo ciente, é claro, de que eu poderia ter morrido antes de ele morrer.

O dia em que eu ficaria sabendo da morte dele chegou. Neste 17 de abril, Gabriel José García Márquez morreu, com 87 anos. Com amigos, eu frequentemente comentava que, a despeito da demência, eu imaginava que ele fosse viver por mais tempo ainda, pois vem de estirpe longeva. 

“Cem anos de solidão” é o livro que mais reli, ao lado de “As relações perigosas”. Ao longo dos anos, colecionei entrevistas de García Márquez, assisti a diversos documentários sobre sua vida e obra, conferi, via internet, diversos vídeos com o autor. Em sua obra, o senso de humor, o adjetivo certeiro, a prosa imagética cheia de imaginação. Um retrato vigoroso da América Latina. 

García Márquez foi um daqueles casos em que há aclamação dos pares, da crítica e do público. Há escritores que são exaltados pela crítica, mas que não têm consagração popular. Há escritores populares que são demonizados pela crítica. García Márquez teve o respeito da crítica e a consagração do público. Teve um destino grandioso.

Sempre que eu conferia alguma entrevista com ele, eu ficava com a impressão de que ele era uma pessoa feliz. Alguém que se sabia escritor e que realizou sua vocação com uma formidável capacidade para contar uma história. Fica em mim a impressão de que essa felicidade que imagino nele ter feito com que sua vida fosse tão grandiosa quanto sua obra. 

MAIS "ZOOMING"





Há alguns dias, expliquei como funciona o “zooming”, técnica por intermédio da qual é possível criar curiosos efeitos a partir do manejo, principalmente, da velocidade e do zum da lente. Agora à tarde, decidi sair e fazer mais alguns registros me valendo do “zooming”.


A primeira providência foi acoplar à lente um filtro ND, comprado há uns dois anos, mas que ainda não havia sido usado. O “ND” equivale a “neutral density”. Esse filtro funciona assim: é como se você estivesse colocando óculos escuros na lente.

Ora, fazendo-se isso, a lente passa a “enxergar” o mundo com menos luz; havendo menos luz, será preciso, dentre outras possibilidades, baixar a velocidade para que haja luz o bastante chegando ao sensor. Baixando-se a velocidade, tem-se maior possibilidade de se fazer o “zooming”.

O filtro ND foi acoplado pelo fato de as fotos terem sido feitas durante o dia. Apesar de o tempo estar nublado, uma baixa velocidade faria com que houvesse muita luz, ainda que uma abertura bem pequena fosse usada. Tal abertura pequena aumentaria a profundidade de campo; não interessado nessa grande profundidade, decidi me valer do filtro ND. 

Filtros assim podem ser usados também quando se quer dar o efeito “leitoso” na correnteza de um córrego, por exemplo, precisamente por possibilitarem uma velocidade mais baixa. Enfim, podem ser usados sempre que se queira uma velocidade mais baixa num ambiente com muita luz.

Nesta postagem, dois pares de fotos. Em duas delas, fotos “normais”; nas outras duas, a possibilidade de se brincar com a realidade a partir da aplicação do “zooming”. Por fim, um lembrete: há câmeras compactas que têm um recurso em que é possível fotografar como se houvesse um filtro ND na lente; caso tenha uma compacta, fuce nela e tente descobrir o “brinquedinho”.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

APONTAMENTO 202

A poesia, mesmo sem explicar, pode dizer tudo. 

PERCURSO

Caminho certo?!
Se há, é um: 
dá o primeiro passo 
e começa a caminhar. 

RIBALTA

O palco é o mesmo.
O que muda são os atores.
É a sua vez no palco.
Brilhe. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

PELO RALO






Há pouco, aqui em casa, a intenção era fotografar vestes sendo giradas dentro de uma máquina de lavar roupas. Todavia, o vidro da máquina estava refletindo o telhado da área em que as roupas são lavadas. Numa próxima, com um filtro polarizador na lente, vou tentar corrigir esses reflexos.

Já desistindo de fazer as fotos, dei-me conta da água que estava escorrendo no tanque. De imediato, religuei a câmera, baixei a velocidade e comecei a fazer as fotos, enquanto a água ia embora. A intenção era incrementar a sensação de movimento, mas se eu baixasse muito a velocidade, as imagens poderiam ficar tremidas demais. Usei de 1/4 a 1/13 nos registros. 

CHEGAR LÁ

Não sou o fundador de um novo tempo. 
Sou o fundador de um novo Lívio. 
Chegar lá? Bah!

Minha grande conquista é chegar aqui. 
Se a mim chego, chego lá, 
ainda que não saia do lugar. 

PLENA

Noite de lua cheia: 
o Sol envia notícias para a lua, 
que as conta para nós. 

Quando é lua cheia, 
fica noite afora um pedaço do dia. 
É um dia que não se esvai por completo. 

Banho de luz que elucida becos,
clarão que ofusca estrelas.
Noite de lua cheia é um modo 
de o Sol existir na escuridão. 

Lua cheia de luz compartilha Sol.
Que passemos adiante os sóis que recebemos. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

"PERTO DO FOGO"












Em postagem de ontem, intitulada Brincando durante a chuva, nas três imagens, usei a técnica conhecida como “zooming”. Também ontem, à noite, entusiasmado depois de ter feito as fotos da postagem mencionada, decidi me esbaldar com o “zooming”.

Fiquei pensando no assunto a ser fotografado. Fui à cozinha tomar água; foi então que tive a ideia de fotografar as chamas do fogão (coisa que já fiz, só que com a câmera em tripé, e sem usar o “zooming”). Nos cursos de fotografia que ministro, sempre digo que tanto o fogo quanto a água são dois grandes assuntos para a fotografia.

No caso das fotos deste álbum, haveria dos movimentos: as chamas tremeluzentes e o zum na lente da câmera. Se o “zooming” com o assunto principal em repouso já é imprevisível devido ao uso do zum da lente, fazendo com que ela se aproxime ou se afaste do assunto enquanto o obturador é apertado, as chamas bruxuleantes aumentariam a imprevisibilidade — o que tornou tudo mais animador. Há fotos em que há apenas uma chama acesa, e fotos em que há quatro.

Repito-me: a técnica não é o mais importante, mas para que serve o domínio dela se não nos divertirmos com o que fazemos, se não “avacalhamos” com o trabalho? O bom da técnica é fazer farra com ela, que existe para ser aplicada.

Aplicá-la é abrir novas possibilidades de expressão, é olhar para o mundo de modo inédito, é expandir o ato da criação. A técnica semeia novas ideias na cabeça da gente; uma cabeça, quando tem ideias, fica feliz. 

domingo, 13 de abril de 2014

CRUZEIRO É CAMPEÃO MINEIRO

Embora a necessidade de vitória fosse do Atlético/MG, foi o Cruzeiro que começou acertando o travessão do goleiro Victor, com um minuto de jogo. O Atlético ameaçaria a meta de Fábio aos onze minutos, depois de rápida tabela pela esquerda.

Ainda assim, o Cruzeiro jogou melhor o primeiro tempo; teve chances com Éverton Ribeiro, Júlio Baptista e Dagoberto. Éverton e Júlio Baptista quase fizerem golaços. Quase: aquele, tocando por cima do goleiro Victor; este, de bicicleta.

Ronaldinho, que não jogou no Independência, no domingo passado, teve atuação apagada no jogo de hoje. Pelo Cruzeiro, Éverton Ribeiro, Júlio Baptista e Dagoberto jogaram bem na primeira etapa do clássico.

No segundo tempo, o Cruzeiro também jogou melhor. Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart tiveram chances. Fábio, por sua vez, na entrada da grande área, evitou que Tardelli criasse situação de perigo. 

Houve lance polêmico, tendo o árbitro marcado pênalti a favor do Atlético; todavia, segundos antes, o bandeirinha marcara impedimento. Como a marcação do bandeirinha viera antes da marcação do árbitro, este acatou decisão do assistente. 

Se for para culpar a arbitragem pelo lance, resta ao torcedor do Atlético argumentar que não havia impedimento. Entretanto, ainda que não tivesse havido, foi um lance rápido e difícil para o bandeirinha, que não pode ser “crucificado” pela marcação.

Mesmo não havendo disparidade marcante entre as equipes, o Cruzeiro foi um pouco melhor do que o Atlético nas duas partidas da decisão. O jogo de hoje foi melhor do que o da semana passada. A lamentar, a ausência de gols nas partidas. 

BRINCANDO DURANTE A CHUVA




Eu sempre quis tirar fotos como estas. Hoje, chacoalhei a preguiça e peguei a câmera, valendo-me de técnica que eu ainda não havia utilizado, não estando eu enganado.

Ela funciona assim: com exposição manual, baixa-se a velocidade. Ao mesmo tempo, dispara-se o obturador e gira-se rapidamente o zum da lente. Não há como prever com exatidão o resultado.

Caso as imagens não estejam agradando, muda-se a o tempo de exposição. Como não há a regra, vá brincando com o zum e com diferentes ajustes de velocidade. Para as imagens desta postagem, a chuva de há pouco foi um “bônus”. 

sábado, 12 de abril de 2014

ALIMENTANDO-SE


Num mundo ideal, a arara não estaria em cativeiro. Tirei esta foto no dia vinte e seis de janeiro de 2005, às 7h40. Hoje à tarde, vasculhando arquivos antigos, eu me deparei com ela. Naquele tempo, alguém (não me lembro quem) havia me dito que eu poderia fotografar alguns animais num lugar que fica perto de Lagoa Formosa.

Seguindo de Patos de Minas para Lagoa Formosa, antes de se chegar lá, perto da estrada que dá acesso a Capão das Canoas, saindo da BR365, vira-se à esquerda. Quando cheguei ao lugar, fotografei arara, faisão, tucano, vaca, coelho e gente (havia apenas um garoto por perto). Toda a fauna do lugar era mantida em cativeiro — com exceção, assim me pareceu, do garoto. 

APONTAMENTO 201

Qualquer história de amor verdadeiro é a maior história de amor de todos os tempos. 

"SABRINA"


Quer assistir a um “filmezinho” com tiradas perspicazes? Confira “Sabrina” (1995), do diretor Sydney Pollack. O filme é uma refilmagem de... “Sabrina” (1954), do diretor Billy Wilder. As duas versões, por sua vez, são baseadas na peça... “Sabrina”, de Samuel A. Taylor. A versão de 1954 ainda tem como roteiristas Billy Wilder e Ernest Lehman; a de 1995, além dos mencionados anteriormente, Barbara Benedek e David Rayfiel.

Na versão de 1995, Sabrina Fairchild (Julia Ormond), filha de motorista de riquíssima família, é apaixonada desde tenra idade por David Larrabee (Greg Kinnear), que nem a percebe (mesmo depois de ela ter crescido), embora ela e o pai, Thomas Fairchild (John Wood), morem há anos na mansão da família Larrabee.

Sabrina deixa a mansão dos Larrabee, nos arredores de Nova York, e vai a Paris, onde fica por uma temporada; de volta à mansão, é, todavia, uma mulher feita, diferente não somente nas roupas que veste, mas na expressão. O rosto ganha contornos sensuais, maduros, sem, ao mesmo tempo, ter perdido o viço da juventude. Essa mistura faz com que finalmente ela seja notada por sua paixão de anos, David Larrabee; mas Linus Larrabee (Harrison Ford), irmão dele, devido a questões financeiras, não vê o interesse de David por Sabrina como benéfico...

O filme é uma espécie de contos de fada moderno, com diálogos saborosos (diálogos esses que não sei se estão na peça de Samuel A. Taylor). Além disso, do que gostei demais é que “Sabrina” é um filme sem grandes pretensões. É uma “historiazinha” contada com leveza, com graciosidade, com humor. Que beleza!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

APONTAMENTO 200

A gente serve para alguma coisa. A gente pode até não saber para quê, mas serve. A gente ensina sem querer, inspira sem querer. Não importa se não sabemos para que servimos. Basta que saibamos que servimos. Sem querer, a gente altera a vida de alguém. Não sabemos como o outro vai receber o que somos, o que fazemos. A gente não pode é ficar parado. Quando a gente se mexe, a gente serve para a gente mesmo, a gente serve para os outros. Dê uma nota no contrabaixo. Ou convide para um café. Ou dê um abraço. Isso vai ficar na memória de alguém. Eu sirvo para alguma coisa. Você serve para alguma coisa. A gente se serve. A gente serve para um monte de coisas. Nem sempre do modo como planejado. Mas serventia inesperada é tão bonita quanto serventia planejada. O que a gente fez serve para algo. O que a gente faz. O que a gente fará. Nós somos uma só aventura. O que temos para fazer hoje à noite? 

CASA

Minha casa fica do outro lado do oceano.
Tenho muita saudade dela, sem nunca ter ido lá.
Lá é que estão minha gente e meus genes.
É lá que estão meu ritmo, meu chão, minhas árvores.
Nunca voltei para casa.
Sou tribal, sou básico, sou um desterrado.
Quero andar descalço na terra.
Quero me sentir em casa.
Quero ser o bicho que sou.
Quero ficar à vontade.
Quero ser simples como alguém que abre a porta de sua casa.
Minhas raízes, meu gênese.
Sou um velho que sabe que recomeçar é nascer.
O céu da África há de me dar a luz e a escuridão. 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

SINTONIA FINA AO VIVO

Pessoas, estou no ar, ao vivo, com o Sintonia Fina, programa musical. Para escutar, basta clicar aqui.

O Sintonia Fina termina às 11h. 

terça-feira, 8 de abril de 2014

DA TRUCULÊNCIA DOS MÉDICOS

Exercer a medicina é algo nobre. Contudo, parte dos médicos não têm se dado conta dessa nobreza, tamanhas a deselegância, a falta de educação e a truculência com que têm lidado com os pacientes. Digo isso baseando-me em experiências próprias e em conversas que tenho mantido com amigos e familiares. De uns tempos para cá, é difícil um dia em que não escuto alguém reclamar de algum médico.

A impressão com que fico é a de que quanto menor a cidade, mais broncos os médicos são (impressão que pode estar incorreta). É que tenho recebido notícias de amigos que têm sido bem tratados em grandes centros, seja em hospitais públicos, seja em particulares, mas pode ser que esses tratamentos gentis sejam exceção e coincidência. Nos lugares a que tenho ido, aqui em Patos de Minas, tenho sido, em regra, mal tratado.

Mas esse tratamento ríspido não é coisa que ocorre apenas em solo patense. Na semana passada, em Uberaba, um ortopedista só faltou me dar coices. Um outro médico que estava no recinto chegou a me olhar, encabulado. Como o clima na sala havia ficado pesado, o torpe ortopedista disse: “Me desculpa pela brincadeira”.

O pedido de desculpas poderia ter convencido se o médico tivesse feito uma brincadeira. Mas não foi brincadeira o que ele fez. Apoiando-me em muletas, eu disse que as estava usando por causa de tombo de moto. O médico disse: “Não precisa dizer isso; isso não é da minha conta. Se você usa muleta ou não, não tenho nada a ver com isso”. É claro que ele tem algo a ver com isso, pois eu estava lá para ser examinado por ele!

Aqui em Patos de Minas, há coisa de uns cinco meses, uma mulher, que me pede para ficar no anonimato, foi vítima da falta de tato de um médico famoso na cidade. Para piorar, o procedimento que ele realizaria estaria incorreto! A paciente tinha um cisto no lado direito do ovário; o médico insistia que era do lado esquerdo, mesmo a paciente dizendo que a dor estava do lado direito.

Desconfiada, pediu opinião de uma amiga dela, que é médica; esta assegurou que o cisto era do lado direito. Um médico assistente, que faria parte da cirurgia, também assegurou que o cisto estava do lado direito. Foi então que, diante da paciente, o médico que faria a cirurgia e o médico assistente discutiram. Chegaram a pedir licença para a paciente e se retiraram.

Voltaram minutos depois, tendo ficado decidido que o cisto estava mesmo do lado direito. Chegado o momento da cirurgia, mais discordâncias, devido a procedimentos a serem adotados. Houve um momento em que o médico assistente chegou a dizer para o cirurgião que este estava ainda na década de 30! 

O cisto foi eliminado, tendo ficado o cirurgião de ver a paciente às 9h30 do outro dia, dizendo que lhe daria alta. Contudo, mesmo tendo estado no hospital durante todo o dia, ele só visitou a paciente às 17h30! Como se nenhum atraso desrespeitoso tivesse ocorrido, o médico disse algumas palavras, liberou a paciente e foi embora. Em tempo: tratava-se de um atendimento particular, sem convênio algum. 

No dia em que caí de moto, fui atendido aqui em Patos de Minas por um médico que foi deselegante não somente comigo, mas também com sua auxiliar. Como meu pé estava ferido e havia sangue, achou-se por bem cortar a meia, em vez de se tirá-la normalmente. A assistente, contudo, não estava conseguindo manejar a tesoura própria para tais casos. 

Como a aprendiz se queixou da tesoura, entrou em cena a “sutileza” do médico: “A tesoura está boa; você é que é muito mole. Não consegue nem cortar uma meia, e quer ser médica”. Eu e a assistente ficamos muito sem jeito, enquanto o médico, seco e mal olhando para mim, preenchia formulários. Acabei eu mesmo tirando a meia.

Nem preciso dizer que não estou generalizando, dizendo que todos os médicos são sem educação. Claro que sei que não é assim. Tanto que uma semana depois de meu tombo, procurei outro profissional, pois meu pé não melhorava. Aí, sim, fui bem atendido. O profissional teve um tom cortês, fez perguntas (o outro nada perguntara) e trocou toda a medicação que me havia sido passada.

O que me leva a escrever este texto é o imenso número de pessoas que têm se queixado de estarem sendo tratadas de modo ríspido por médicos. É estranho. É como se eles se esquecessem de que estão lidando com gente. Procurar um médico é depositar esperança e confiança numa pessoa. Isso é muito sério! 

Não consigo achar uma razão que justifique a rispidez e a falta de tato da classe. Seria o desencanto com a profissão? Mas se for isso, o paciente não tem culpa. Seria o fato de terem sido alunos ruins? Mas isso não impede ninguém de ser gentil. Além do mais, suponho, os estudantes de medicina devem escutar o tempo todo, durante o curso, que um pouco de sensibilidade é bom, também, para a profissão.

Quem convive comigo sabe que sou adepto do pensamento de que a leitura não é solução para nada, mas ajuda a resolver um monte de coisas. Se esses trogloditas que achincalham pacientes se predispusessem a ler um cara como o médico Oliver Sacks, perceberiam, quem sabe, que o exercício da medicina é um trabalho elevado. Mas talvez eu esteja querendo muito: quem não quer saber nem de gente não vai querer saber de livros. 

DIGRESSÕES...

Ontem, lendo um ensaio do Jorge Luis Borges, eu me deparo com uma referência dele a Mark Van Doren, intelectual americano. Segundo Borges, Van Doren foi, em meados do século XX, um dos poucos a reconhecerem a diferença abismal entre o Walt Whitman cidadão e o Walt Whitman poeta. Escreve Borges sobre Whitman: “Passar do orbe paradisíaco de seus versos à insípida crônica de seus dias é uma transição melancólica”.

É a ideia, mencionada por Borges não somente no ensaio em que ele refere-se a Van Doren, de que é preciso separar o homem de sua obra. A vida do homem pode ser, para me valer do termo borgiano, insípida, sem que contudo sua obra o seja; ou o sujeito pode ser, por exemplo, um calhorda, e ainda assim produzir algo genial.

A rigor, não era disso que eu queria falar. Todavia, essa temática que envolve o homem e seu trabalho é por demais fascinante para mim; daí, acabei me deixando levar por digressões. Mesmo assim, minhas digressões são curtas; eu as resolvo em poucas frases. Não tenho talento para ser um Laurence Sterne.

Do que eu queria falar mesmo era de Charles Van Doren, filho de Mark Van Doren. Van Doren, o filho, é personagem de “Quiz Show — a verdade dos bastidores” [Quiz Show, 1994]. A direção é de Robert Redford. Ralph Fiennes interpreta Charles Van Doren. O filme tem por base o livro “Remembering America: A Voice from the Sixties”, escrito por Richard N. Goodwin.

Baseado em história real, “Quiz Show” conta com a participação de Charles Van Doren num programa de perguntas e respostas que fazia muito sucesso na TV americana no fim da década de 50. Van Doren torna-se celebridade na TV, é capa da Time, da Life. O sucesso de Van Doren faz com que a emissora o queira por mais tempo. Há então uma proposta: ele passaria a saber, de antemão, as respostas. Charles Van Doren topa; torna-se, assim, um engodo assistido por milhões.

A manipulação midiática surgiu junto com a própria mídia. Na fotografia, por exemplo, às vezes atribui-se, ingenuamente, a manipulação de imagens ao advento do Photoshop. Que nada! Digite aí no Google “Os trinta Valérios” e confira o que Valério Octaviano Rodrigues Vieira fez, ludicamente, em 1901! Manipulações são tão velhas quanto os meios em que estão presentes. Elas podem ser divertidas, podem ter caráter didático. Ou podem ser deletérias, como é o caso mostrado em “Quiz Show”.

No mais, releve as digressões. Geralmente, não as permito em texto meu, embora as admire em textos alheios. Mas neste aqui fui, para me valer de expressão antiga, “escrevendo ao sabor da pena”, ainda que digitando em velho computador. No fundo, acho que não sei escrever de modo digressivo; banindo digressões, mantenho a ilusão de que estou no controle absoluto do que escrevo. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

ALGUMA LEVEZA

O que não se realiza pesa.
Mas sob a pele corre um sonho.
Se o tiver em mãos, vou tirar um 
pouco de peso desta matéria.
Sou um corpo que sonha. 

domingo, 6 de abril de 2014

ROBERTA SÁ

Quando a música é a mensagem, o corpo fala com graciosidade, leveza, sofisticação. Roberta Sá é feminilidade; é sensual sem se valer de apelos duvidosos. A canção é trilha sonora para a cantora, que brinca, que flutua, elevando-nos.

ATLÉTICO 0 x 0 CRUZEIRO

É natural que se espere muito de um jogo entre o campeão da Libertadores e o campeão brasileiro. Eu esperava mais da partida, mesmo ciente de que decisões podem não corresponder a expectativas. Não foi um jogo ruim, mas fica-se com a sensação de que poderia ter sido melhor.

O Atlético foi superior ao Cruzeiro. No primeiro tempo, aos dezessete minutos, com chute de Guilherme, aos vinte e cinco, com Leonardo Silva cabeceando, e aos vinte e oito, com Marion chutando fraco depois de surgir livre na área, o Atlético deixou de Marcar. Aos vinte e nove, Ricardo Goulart, após típica jogada de passes rápidos, quase marcou para o Cruzeiro.

O Atlético jogou sem Ronaldinho; o Cruzeiro, sem Dagoberto. Perdeu mais o Atlético, pois Ronaldinho é mais decisivo no Galo do que Dagoberto o é na Raposa. Começado o segundo tempo, aos quatro minutos, após Victor rebater com o pé, a bola bate em Ricardo Goulart e quase entra.

A segunda etapa foi mais aberta, menos truncada do que a primeira; ainda assim, ambos os times estavam atabalhoados. Houve muitos passes errados, tanto de um time quanto de outro. Mesmo assim, a superioridade do Atlético foi ainda mais destacada no segundo tempo. Aos dezessete minutos, após bela jogada de Marion, que cruzou, Tardelli, dentro da área, teve oportunidade claríssima de marcar. Aos trinta e seis, Alex Silva e Guilherme também ameaçaram.

No dia 13, o jogo é no Mineirão; há pouco, no Independência, embora tenha tido maior posse de bola e embora tenha criado mais oportunidades para marcar, o Atlético não materializou em gol o domínio que teve. No domingo que vem, o Cruzeiro joga por um empate para se tornar o campeão mineiro deste ano. Nada está definido. 

CLAMANDO POR LÍVIO (2)

sábado, 5 de abril de 2014

O BASTANTE

Não tenho outra opção a não ser o agora. 
Mas eu não diria que o agora é tudo o que me resta.
O agora é tudo o que me basta. 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

CLAMANDO POR LÍVIO


Caso o texto do vídeo não esteja legal para ser lido, eis a transcrição dele abaixo.
_____


Desde quando comecei a estudar a inglês, logo passei a brincar a brincar com a expressão “leave you”, que, quando dita em voz alta, é como se estivessem dizendo meu nome. Por causa disso, era natural que eu achasse engraçado quando a expressão aparecia na letra de alguma canção. 

Recentemente, escutando pelo rádio “Glory of love”, do Peter Cetera, achei graça quando ele cantou “leave you”. Decidi então executar ideia antiga: reunir trechos em que a expressão aparece e juntá-los.

Primeira “ocorrência”: na canção “They all want you”, cantada pela Lissie.

Segunda “ocorrência”: na canção “Glory of love”, cantada pelo Peter Cetera.

Terceira “ocorrência”: na canção “Easy lover” dueto de Philip Bailey e Phill Collins.

Quarta “ocorrência”: na canção “Babe, I’m gonna leave you”, do Led Zeppelin...

Caso saiba de mais alguma canção com a expressão “leave you”, sinta-se à vontade para dizer... 

TEXTURA







Está aqui em minha casa uma almofada em forma de triângulo retângulo. Minha mãe, que esteve por aqui um dia desses, tirou a fronha da almofada. Foi quando percebi que um dos lados dela me seria útil para algumas imagens. 

Minha mãe colocou a fronha de volta, pois fiquei enrolando para fazer os registros. Hoje, eu os fiz. Agora que as fotos foram tiradas, meu drama começa: sou muito desajeitado; sei que haver uma saga para que eu consiga recolocar a fronha na almofada... 

APONTAMENTO 199

As ideias da gente, para se ajeitarem, precisam das ideias dos outros. Ajeitadas, as ideias da gente podem ajudar ideias de outros a se ajeitarem. Ideias gostam de ajeitamentos; ao mesmo tempo, de inquietude. E assim a gente vai se ajeitando. 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

CRUZEIRO VENCE PELA LIBERTADORES

A vitória do Cruzeiro, há pouco, contra a Universidad de Chile, não garante o time azul na próxima fase da Libertadores, embora mantenha a esperança dos cruzeirenses ligada na tomada. O desempenho do time mineiro prova que a equipe ainda pode ser um belo time.

Os passes rápidos e eficazes fizeram lembrar o Cruzeiro do ano passado, quando a equipe conquistou o Campeonato Brasileiro, tendo jogado o futebol mais bonito do torneio. O jogo terminado há pouco mostra que a Raposa ainda tem beleza e eficácia.

A decisão do Campeonato Mineiro, contra o Atlético, que, às 23h, entra em campo também pela Libertadores, está a caminho. Os dois times são muito bons. Isso autoriza a imaginação para que ela conceba uma bela decisão no campeonato estadual. Por fim, vislumbrar não custa nada: seria formidável um enfrentamento entre os dois times pela Libertadores.