quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CONTO 53

No tempo das cartas, Maísa escreveu o texto mais amoroso que conseguiu. Assinou. No momento em que guardaria as palavras no envelope, resolveu borrifar seu perfume nas folhas. Guardando-as, aspergiu mais um pouco no envelope, achando graça de si mesma. Depois de ler a carta, Zé Pedro ficou cheirando com calma e devoção o envelope e as folhas. Releu a correspondência e voltou a sentir o cheiro do perfume, que se misturava com o do papel. Num ato pleno de sentidos, Zé Pedro comeu tudo.

SUSTENTAÇÃO

NO CERRADO