Houve uma época em que a expressão “inteligência emocional” se espalhou mais do que o mosquito da dengue, num tempo em que este não se espalhava tanto como hoje. A tal da inteligência emocional foi um modismo. Não que o conceito estivesse errado (há séculos, sabe-se que a inteligência abarca mais do que habilidades com números), mas era apenas uma expressão marqueteira para se referir a ideias antigas, que há séculos habitam, por exemplo, o mundo da literatura. O engodo reluziu: a inteligência emocional vendeu livros, invadiu as escolas. A estratégia de dar nomes novos para coisas velhas passa, para os desavisados, a ideia de que estão antenados com o que há de mais ousado e inédito, quando estão, na verdade, revisitando (mal) velhos terrenos. Isso deu lucro.
Hoje em dia, a palavra da moda é “empreendedorismo”, que tem se espalhado mais do que o mosquito da dengue, num tempo em que este se espalha muito. O tal do empreendedorismo é um modismo. Não que o conceito esteja errado (há séculos, sabe-se que é preciso criar o novo e ter conhecimento), mas é apenas um termo marqueteiro para se referir a ideias antigas, que há séculos habitam, por exemplo, o mundo dos negócios. O engodo reluz: o empreendedorismo vende livros, invade as escolas. A estratégia de dar nomes novos para coisas velhas passa, para os desavisados, a ideia de que estão antenados com o que há de mais ousado e inédito, quando estão, na verdade, revisitando (mal) velhos terrenos. Isso dá lucro.