quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

APONTAMENTO 167

Dom Quixote enxerga não o que está diante de si, mas o que está em si. Num certo sentido, quem não é quixotesco?...

APONTAMENTO 166

Ter algum cuidado com o português não é sintoma de chatice nem de pedantismo. Esse cuidado não obscurece as coisas — é justamente o contrário: tal zelo ilumina, delicia, seduz...

Bem sei das variações linguísticas, do “internetês” e da linguagem usada em meios eletrônicos. Contudo, o que lamento é ausência do desejo de querer expressar-se com clareza ou elegância; não há a vontade de aprender.

Quando há, repetidamente, algo como “encômodo” ou como “agente se dá tão bem”, o que existe é desleixo, não lapso. Não raro tomam o caminho mais fácil, em vez de tentarem algum capricho: culpam as escolas.

Qualquer idioma é difícil, cheio de “armadilhas” e de regras. Qualquer. Não é minha intenção execrar o erro que contraria regras gramaticais. Além do mais, todos erramos, seja no português, seja na vida. O que acho ruim é o total desmazelo. Que pena não perceberem que aprender é uma das maiores aventuras a que podemos ter acesso.

O descaso com o português corresponde, no plano físico, à falta de higiene. Assim como esta afasta, mas pode ser resolvida, o desleixo com o português também. Mas não nos esqueçamos da velha história: “Um gambá cheira o outro e acha que é perfume”...

SOLAR

Nem amanheceu direito,
e um facho de luz se insinua pela janela.
É o Sol que começa a fazer a festa, 
que começa a fazer a fresta.

APONTAMENTO 165

Morrer é sair do palco e ir para a coxia?... Ou é deixar a coxia e entrar no palco?...