quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"O PRÍNCIPE"


Li recentemente “O príncipe”, de Maquiavel (edição da Martin Claret; tradução de Pietro Nassetti). O livro foi publicado em 1532, cinco anos após a morte do autor. É um manual de como deve agir o príncipe-governante ao lidar com os governados.

Não bastasse o texto em si, a edição contém textos de Marcílio Marques Moreira e José Nivaldo Junior. Complementando o trabalho, as notas de pé de página têm comentários e apontamentos de Napoleão Bonaparte sobre (principalmente) si mesmo e sobre o livro de Maquiavel.

As notas de Napoleão acabam gerando um curioso humor involuntário, tamanhas sua empáfia e megalomania. É claro que se deve considerar a subjetividade dessa opinião, pois, obviamente, não era intenção de Bonaparte fazer rir.

Como exemplo, num trecho, Maquiavel escreveu: “Os príncipes adquirem grandeza quando conseguem superar oposição e dificuldades que enfrentam”. Para essa frase, o apontamento de Napoleão foi o seguinte: “Poderá alguém superá-las melhor do que eu?”.

Num outro trecho, Maquiavel escreve sobre o rei Ferdinando: “Se examinarmos seus atos, veremos que foram todos grandes, e alguns mesmo extraordinários. O comentário de Napoleão: “Não mais que os meus”.

Napoleão ora aprova, ora reprova Maquiavel. Contudo, o que o francês mais faz é glorificar a si mesmo.

Para que se saiba um pouco mais sobre Napoleão, pelos comentários de Marcílio Marques Moreira e José Nivaldo Junior e óbvia e logicamente pelo magistral texto de Maquivel, leitura que não pode deixar de ser feita.

FOTOPOEMA 180