domingo, 8 de março de 2015

"TREM NOTURNO PARA LISBOA"

Reserve um tempo e assista a “Trem noturno para Lisboa”. O filme (2013) é baseado no livro homônimo de Pascal Mercier (não conheço a obra). A direção é do dinamarquês Bille August. O roteiro ficou a cargo de Greg Latter e de Ulrich Herrmann.

Raimund Gregorius (Jeremy Irons) é um professor cuja vida é metódica e monótona. Certo dia, em Berna, ele convence uma jovem a não se suicidar, quando ela estava prestes a pular de uma ponte. Quando a jovem vai embora, deixa para trás um casaco e um livro, que estava no bolso da vestimenta. Dentro do livro, uma passagem de trem para Lisboa.

Gregorius tenta devolver os pertences da jovem, não obtendo êxito. Ainda assim, embarca para Lisboa, numa incomum, para ele, atitude inconsequente, deixando para trás as aulas pelas quais era responsável. Durante a viagem de trem, começa a ler o livro esquecido pela jovem.

A partir daí, o filme assume um tom que é ao mesmo tempo lírico e político. Com uma bela fotografia e com mergulho nos personagens, Lisboa se torna o cenário do trabalho, que mergulha nas vidas daqueles que foram vítimas da ditadura de Salazar. Tendo se envolvido pelo livro (“Um ourives das palavras”), escrito por Amadeu de Almeida Prado (Jack Huston), Gregorius vai atrás dos personagens citados por Almeida Prado.

É difícil misturar lirismo e política. No mundo de hoje, se procuro, por assim dizer, no mundo real por alguém que realize essa mistura, só consigo pensar em Mujica, que foi presidente do Uruguai até recentemente. Apesar dessa dificuldade, é o que “Trem noturno para Lisboa faz”. O filme ainda tem espaço para reflexões acerca da vida e do que dela fazemos.

A ternura que perpassa a criação de Bille August não esconde as tragédias e as mazelas que uma ditadura causa a um país, as tragédias e as mazelas que uma ditadura causa em indivíduos. Ora no presente, ora no passado, o filme é dolorido. Toca feridas, sem abrir mão do bom senso e da beleza. 

CRUZEIRO EMPATA COM ATLÉTICO NO PRIMEIRO CLÁSSICO DO ANO

Os primeiros vinte minutos do jogo foram trancados. Isso já era esperado. A partir daí, os espaços começaram a surgir e a partida se tornou mais dinâmica. A princípio, com o Cruzeiro ameaçando a meta do goleiro atleticano. Ainda assim, aos vinte e oito minutos, foi o goleiro Fábio quem realizou em segundos, duas grandes defesas, após cobrança de escanteio. Se o primeiro tempo não foi um primor, também não foi uma lástima.

Aos seis do segundo tempo foi a vez de o goleiro Victor fazer uma grande defesa. O placar sem gols se devia à atuação dos goleiros. Mas, numa dessas ironias da vida, foi devido a uma falha do goleiro Fábio, que tentou sair jogando com o pé, que Rafael Carioca fez um a zero para o Atlético, aos vinte e seis minutos. Poder-se-ia argumentar que não houve recuo. O goleiro, todavia, não poderia interpretar pelo árbitro. O erro do Fábio foi técnico, por não ter tido habilidade ao sair jogando com o pé.

Tive comigo que a partida terminaria com esse placar. Não por duvidar das improbabilidades do futebol, mas pela configuração que o jogo assumira, com o Atlético esfriando a partida. Aos trinta e sete, Leandro Damião, num gol truncado, empatou. Um minuto depois, a Raposa quase virou o jogo.

Falar em placar justo no futebol é algo melindroso, pois isso depende do critério que se adote. Ainda assim, levando-se em conta o que os times produziram, o placar não soa injusto, no sentido como o termo é usado no futebol.