sábado, 11 de fevereiro de 2017

A história por trás da foto (101)

No todo, diz-se, da vida, que é preciso tentar fazer o melhor possível a partir do que se tem. O princípio também se aplica quando se fala da vida de modo mais específico, quando se fala do que é derivado da vida, do que é consequência ou desdobramento dela. Fotografar a natureza é uma das coisas da vida. Nessa específica ação, vale o princípio geral de que é preciso tentar fazer o melhor possível com o que se tem.

Hoje pela manhã, tendo saído com amigos para fotografar o cerrado, comentamos que as condições climáticas poderiam não ser as ideais. Durante todo trajeto, a chuva se insinuou (nos poucos minutos em que caiu, veio tão discreta que mal nos demos conta dela). O tempo estava nublado; mencionamos que um céu bem azul poderia compor um belo fundo em boa parte das fotos.

À parte isso, não há falta de razão em dizer que há beleza num dia cinza ou nublado. Não bastasse isso, dependendo do tipo de foto que se faz, é exatamente a atmosfera acinzentada que pode conferir ao registro uma luz mais suave, menos “dura”.

Enquanto eu tirava a foto desta postagem, pensei que num cenário ideal haveria um céu bem azul compondo o fundo. A manhã estava tão nublada que demorei mais do que o usual para focalizar a ave. Outra dificuldade foi a de que o Sol estava por detrás da seriema, ainda que já mais afastado do horizonte; quando há contraluz, o registro se torna um pouco mais melindroso.

Tendo conseguido o foco, fiz alguns cliques. Naturalmente, não se conta com a colaboração dos modelos. Como a todo instante olham para diferentes direções, como mexem o corpo a todo momento, nada mais comum do que fotos ruins. Mesmo assim, pensando-se de modo geral ou de modo específico, fazer o melhor a partir do que se tem. Gostei da imagem. 

Fotopoema 403

Dia no cerrado