Há muito de previsível em “Encontro marcado” (2014), que tem roteiro e direção de Victor Levin. Essa previsibilidade, que está durante o filme e também em seu desfecho, não faz com que ele seja ruim. O enredo é simples: Brian, aspirante a escritor, vinte e quatro anos, envolve-se com Arielle, nove anos mais velha do que ele. Ela é casada e mãe de duas crianças; ele é solteiro, não tem filhos.
O jovem escritor é interpretado por Anton Yelchin, que morreu recentemente; quem está no papel da mulher casada é Bérénice Marlohe. Ela vive um casamento aberto: tanto ela quanto o marido podem ter amantes. Só há uma regra: os encontros extraconjugais devem ser realizados entre 17h e 19h. O título original do filme é “5 to 7” (Das 5h às 7h).
Sim, Brian e Arielle se apaixonam. Isso implica a quebra de “contrato” não só entre eles, mas também deles com Valery (interpretado por Lambert Wilson), que é marido dela. Na relação de Valery com Arielle, não somente sabem que o outro tem amante, mas também fazem com que haja convivência dos amantes com a família deles.
O complicador do enredo é justamente a paixão entre Brian e Arielle. Ela, pelo menos aparentemente, lida melhor com o sentimento do que ele, que, não resistindo, propõe a ela que abra mão do casamento. A solução para o emaranhamento, embora previsível, é de tom acertado, adulto. À parte isso, “Encontro marcado” tem a beleza interminável de Bérénice Marlohe.