sábado, 28 de abril de 2012

CONTO 50

Às duas da manhã, depois de sonhos agitados, Sofia acordou. Os sonhos haviam sido causados por uma grande vontade de ir ao banheiro fazer xixi. Rapidamente, acendeu a luz. Foi quando viu o monstro na parede do outro lado do quarto: uma barata. Sofia se transformou em cataclismo; puxou fortemente para si as cobertas. Sozinha, a vontade era de gritar. Conteve-se. Ligar para alguém, impossível, pois o telefone ficava em outro cômodo – Sofia não sairia da cama enquanto o inseto não fosse embora. Também não animaria atirar nada contra a criatura, pois tinha medo de que a barata a atacasse. Num relance, pensou em apagar a luz, mas logo soube que não ficaria no escuro com o bicho. Nesse torpor, já eram sete da manhã quando Sofia adormeceu. Quinze minutos depois, acordou aterrorizada, enquanto a cama ia se tornando úmida.