Às duas da manhã, depois de sonhos agitados, Sofia acordou. Os
sonhos haviam sido causados por uma grande vontade de ir ao banheiro fazer
xixi. Rapidamente, acendeu a luz. Foi quando viu o monstro na parede do outro
lado do quarto: uma barata. Sofia se transformou em cataclismo; puxou
fortemente para si as cobertas. Sozinha, a vontade era de gritar. Conteve-se.
Ligar para alguém, impossível, pois o telefone ficava em outro cômodo – Sofia
não sairia da cama enquanto o inseto não fosse embora. Também não animaria
atirar nada contra a criatura, pois tinha medo de que a barata a atacasse. Num
relance, pensou em apagar a luz, mas logo soube que não ficaria no escuro com o
bicho. Nesse torpor, já eram sete da manhã quando Sofia adormeceu. Quinze
minutos depois, acordou aterrorizada, enquanto a cama ia se tornando úmida.