Certa vez, o Pedro Bial, cobrindo um evento de rock pela Globo, disse, sobre “Sweet child o’ mine”, do Guns n’ Roses. “A canção de ninar dos roqueiros”. Não conheço os “bastidores” da letra, mas a definição do Bial é exata, mesmo a canção podendo não ser exatamente sobre uma criança (ou para uma criança), a despeito da ternura que expressa.
Lembro-me, por exemplo, de “Go gentle”, do Robbie Williams. É uma das canções mais ternas que conheço. Sempre tive comigo que na letra um eu lírico masculino se dirigia com delicadeza à mulher com quem mantém (ou quer manter) relação de amor. Um homem que quer cuidar da mulher que ama, que a aconselha a ter cuidado com as armadilhas do mundo.
Numa das versões ao vivo da canção, Robbie Williams disse que “Go gentle” é sobre a filha dele. O saber disso não anula a ternura da letra da canção. Só que eu não pensava nela como sendo sobre o amor paternal, mas, sim, sobre o amor (também carnal) sentido por um homem em relação a uma mulher.