Brandon Routh é o Super-Homem em “Super-Homem: o retorno”, de 2006, dirigido por Bryan Singer. Há um momento em que ele é levado a um hospital, após cair do espaço. A sequência evidencia o lado “humano” ou “fraco” de um super-herói, que, de repente, está na dependência dos humanos para se salvar.
Seis anos depois, em 2012, veio “O espetacular Homem-Aranha”, dirigido por Marc Webb. O fazedor de teias é interpretado por Andrew Garfield. A despeito das críticas que podem ser... tecidas contra o filme, há uma sequência belíssima em que o cinema, mais uma vez, “fragiliza” ou “humaniza” a figura do super-herói.
Na parte final do filme de Webb, um baleado Homem-Aranha se vê em dificuldades para chegar a tempo a um edifício que está a muitas quadras de distância; o herói tem de impedir o gosmento Lagarto, interpretado por Rhys Ifans, de transformar os humanos em... lagartos. É quando um operador de guindastes aciona outros operadores de guindaste; operando as máquinas, criam uma disposição nelas que permite ao Homem-Aranha chegar ao prédio.
A trilha sonora, sob responsabilidade de James Horner, compõe o elevado clima da sequência, que também enfatiza a interação ou a interdependência entre os humanos e um super-herói. Momento em que homem e super-herói têm uma dependência mútua, sugerindo uma comunhão possível entre seres de diferentes naturezas ou essências. Ou ainda a ideia de que podemos ser “heróis”; ou de que heróis podem, como nós, “fraquejar”. Acabei me lembrando do Bowie: “We can be heroes just for one day”.