terça-feira, 13 de setembro de 2016

Amor escrito

Eu escrevo para ti.
Escreves para mim.
Escrevemos para nós
as mesmas coisas.

As mesmas coisas
que escreveram
os que escreveram
o amor que tiveram.

Nosso amor é o mesmo.
Um mesmo que é nosso.
Sendo nosso, é único.
É amor, é todo amor.

Ao escrever um para o outro,
escrevemos as mesmas coisas.
As mesmas coisas escritas
por todos os que amaram.

Somos nós todos os amores,
somos o amor que é nosso.
Somos outros e o que somos.
Nós e eles, todos os amores. 

Esquece o penteado

Desconheço invenção mais bela do que uma mulher de cabelos desgrenhados. Esse desgrenhamento pode ser espontâneo ou pode ser feito de caso pensado. Pode ser causado pela própria dona dos cabelos, pode ser elaborado num salão ou pode ser esculpido a partir das mãos de quem a mulher escolher para amar.

Há um momento nas preliminares e depois do amor feito em que a mulher pode ter no rosto a beleza, a sensualidade, o olhar brilhante e a malícia. Em momentos assim, os cabelos, fora de ordem, são a criação mais robusta e bela da natureza.

Cabelos desgrenhados evidenciam o poder do que é sensual, sugerem liberdade, convidam sem apelos desesperados. Desestabilizados, desestabilizam, atiçam. A beleza e a poderosa latência da natureza estão numa mulher de cabelos desgrenhados. São a força da selvageria aliada à corporificação do belo. Momento em que a mulher gera vontade de tato, de contemplação, de sexo. 

Dislexias na Casa Grande

Hoje, na Casa Grande — Cervejas Especiais, sessão de autógrafos de meu livro Dislexias. Ao mesmo tempo, haverá mais uma edição do Bolacha com Cerveja, em que Gabizão Alves, manejando discos de vinil, vai executar rock progressivo.

A Casa Grande fica na Pará 408, pertinho do antigo 1ª Via Shopping. O evento começa às 19h. Aguardo vocês.