domingo, 18 de janeiro de 2009

MORDIDA CERTEIRA

Em minha postagem intitulada Fotopoema 48 (logo abaixo), escrevi: Onde morrem as aves?/Morrem enquanto voam? Segundo Manoel Almeida, se formos bons de mira, sim. Na resposta que deixei para o comentário do Manoel, mencionei que eu havia pensado mesmo no tiro certeiro quando escrevi o texto. Chegou a passar pela minha cabeça desenvolver a idéia; acabei por descartá-la, por não ter achado o tom adequado.

Coincidentemente, há pouco, vi um passarinho morto, na parte de trás aqui de casa, aonde raramente vou. Deve ter sido “obra” do Freud, o cachorro que mora aqui. Geralmente digo que ele é inimigo de tudo o que se move. A ração dele fica perto da porta da cozinha. Por diversas vezes já o vi dando bote nos pardais que por ventura tentam compartilhar do alimento dele. Só que eu ainda não tinha visto o resultado de suas investidas.

Minha mãe, nas limpezas que realiza, comenta com frequência ter encontrado algum pássaro morto no quintal. Invariavelmente, ela atribui ao Freud a autoria da morte (além do mais, se não for ele, haveria algo muito sinistro ocorrendo aqui). Aceitando a idéia de que o passarinho visto atrás da casa foi morto pelo Freud, só não sei se ele perdeu a vida na porta da cozinha e depois foi levado para lá ou se teve o azar de se encontrar com o cachorro onde está o corpo.