A falta de educação não implica o fiasco; de modo análogo, a gentileza não assegura o êxito. Ainda assim, a campanha horrorosa do Vasco no primeiro turno do campeonato brasileiro tem se mostrado um fiasco fora de campo também.
Ontem, demitiram o Celso Roth. Até aí, nenhum problema, mesmo tendo-se noção de que ele não é o responsável único pela campanha irrisória do Vasco. Mas, em última instância, os cartolas têm o direito de contratar ou de demitir quem quiserem, por mais estapafúrdias que sejam tais demissões (geralmente são).
Quem anunciou que Roth não seria mais o técnico do Vasco foi o vice-presidente de futebol da equipe, José Luis Moreira. Ele foi lacônico: “O treinador tá fora (...). Celso Roth tá fora do Vasco”. A brevidade ou a objetividade não são problemas. Aliás, são até recomendadas. A questão do cartola do Vasco foi o tom que ele usou.
Ele foi deselegante, mal-educado. A grosseria dele ficou ainda mais evidenciada quando, minutos depois, Roth concedeu entrevista plena de civilidade. Não há como saber o que houve nos bastidores; julgando pelo que foi ao ar, ficou claro o grau de “profissionalismo” dos que mandam no Vasco.
Não vale o argumento de que o dirigente estava, por assim dizer, de cabeça quente. Além do mais, esses momentos são mais reveladores do que as calmarias. Quando reassumiu, o Eurico Miranda disse que o respeito voltara. Não é o que o primeiro turno do torneio demonstrou. No segundo, a equipe terá de fazer muito para fugir do rebaixamento. O torcedor da equipe merece mais — dentro e fora de campo.