domingo, 18 de outubro de 2009

A HISTÓRIA POR TRÁS DA FOTO (59)

A princípio, pode-se ter a impressão de que o pássaro está ferido. Não era o caso. Parece que estava descansando. Ou se secando – a foto foi tirada lá na Lagoa Grande, em frente à rodoviária, aqui em Patos de Minas.

Quando vi que o pássaro havia pousado sobre a madeira, fui caminhando como quem não quer nada, num cuidadoso passo a passo, para que a madeira não fizesse menção de ceder a meus passos nem de ranger, o que poderia afugentar o pássaro.

Mas ele colaborou. Permitiu uma aproximação razoável, bem como permitiu que eu tirasse umas cinco ou seis fotos. A imagem foi registrada no dia nove de abril deste ano, às 13h52.

APONTAMENTO 72

Somos todos nós como aquela barata, que, alheia a todo o perigo, tranquilamente atravessa a movimentada avenida do centro da cidade, enquanto os carros, igualmente alheios, quase a esmagam.

LETRA DE MÚSICA (18)

Num mundo tão conspurcado,
você tem a pureza dos que acabaram de chegar,
mesmo não tendo acabado de chegar.
Você ainda não perdeu a inocência
nem descobriu o valor que tem.
Você é juventude.
Não vieram ainda as mazelas,
mal se insinuam as agruras
em seu leve caminho.

Que você seja forte quando perder a inocência;
comedida, quando descobrir seu valor;
paciente, quando não descobrirem seu valor.

Se você não for nem forte nem comedida nem paciente,
que não perca essa sua delicadeza de mulher,
isso que você tem e que embala a vontade da gente de ser bom.