sábado, 27 de fevereiro de 2010

CAIU NA REDE (21)

Pessoas, está no ar mais uma edição do Caiu na Rede. Caso queiram baixar o programa, gentileza clicar aqui.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

FOTOPOEMA 149

ALTO-MAR

Canta, sereia.
A melodia é tua.
A letra é minha.
A sede é nossa.

PROPOSTA

Casa comigo.
Casa comigo num aquário.
Ou então debaixo de uma árvore – ou sobre ela.
Casa comigo: pode ser na rua,
num túnel ou num estádio.
Numa capela ou numa mansão.
Ou dentro de um carro.
Quem sabe na roça?...
Ou numa grande cidade?...
Casa comigo.
Casa comigo todos os dias.
Casa comigo agora.
Casa comigo numa praça ou num canto.
Num riacho ou num restaurante.
Casa comigo de manhã, de madrugada
ou às quinze para as quatro.
Casa comigo.
Não precisa contar para o padre – conte comigo.
Casa comigo e depois, se preciso, a gente conta.
A gente conta e casa depois.
A gente casa quantas vezes for preciso.
Casa comigo, vestida de noiva ou de vestido.
De tênis ou de salto.
No escuro ou na ribalta.
Casa comigo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PROBLEMAS NA CONFIGURAÇÃO DO BLOGUE

Pessoas, este blogue não está com sua configuração usual, de modo que os elementos que fazem parte dele estão abaixo das postagens, e não ao lado, como deveriam estar.

Tudo leva a crer que isso é um problema do Blogger, que detém as ferramentas da página. Segundo li, esse tipo de problema pode ser resolvido em aproximadamente dez dias. Tomara.

Peço desculpas a Hellen Dirley e a Maria Helena, que haviam comentado a última mensagem postada antes desse mau funcionamento da página. Peço desculpas a elas porque deletei a mensagem – o problema poderia estar nela. Ao deletá-la, deletei também os comentários delas. Ainda assim, a postagem está abaixo. Hellen e Maria Helena, caso queiram postar novos comentários (ou não), sintam-se, claro, à vontade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

TERRA E CÉU

Sobe até o céu e faz chover.
Sobe até o céu e me abençoa.
Sobe até o céu e lava minha alma.
Sobe até o céu e lava minha lama.

Minha tristeza é terrena e atávica.
Lava meu coração, leva meu corpo.
Sobe até o céu e me eleva junto.
Sobe até o céu e volta para mim.

GARRINCHA

As coisas precisam ser
o que nasceram para ser.

Com Garrincha,
a bola se tornava
o que nasceu para ser.

Com a bola,
Garrincha se tornava
o que nasceu para ser.

O gol,
o goleiro,
a torcida...
Tudo circunstancial.

O espetáculo
são Garrincha e a bola.
Quando se encontram, são.

Quantos num time são?
Quantos na vida são?

Viva os sãos!
Viva a bola!
Viva Garrincha!

Garrincha em campo
é a vida sendo o que é.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

SALTO

Ela desceu do salto.
Veio caminhando até mim.
Quando meus braços perceberam,
já era amor demais.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

OLÁ, PORTUGAL

Em outubro do ano passado, inscrevi este blogue no Google Analytics, por intermédio do qual tenho a oportunidade de acompanhar as estatísticas do Liviano. Desde então, venho seguindo o número de acessos na página e, principalmente, a origem das visitas.

Depois do Brasil, que, por questões óbvias, é o lugar com o maior número de acessos, o país que mais confere este blogue é Portugal. De lá, já vieram acessos de 28 cidades, num total de 67 visitas, até o dia de hoje.

Meu obrigado a você que mora em Portugal e que tem conferido este blogue.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CAIU NA REDE (20)

Pessoas, está no ar a vigésima edição do Caiu na Rede. Caso queiram baixar o programa, gentileza clicar aqui.

CONTO 38

Por quatro dias, Zé Flávio vinha observando que Angélica, sua colega de trabalho, ficava muito bem quando usava vestidos, o que até então jamais ocorrera. As peças tinham motivos floridos, tecidos leves, cores claras; eram longas. Zé Flávio ficava absorto, observando o deslizar de Angélica pelos corredores da empresa. Certo dia, enquanto os dois e mais alguns funcionários tomavam café, ele se aproximou e disse para ela, discretamente, que ela ficava muito bem de vestido. Ela deu um sorriso sem graça, agradeceu e disse que estava indo trabalhar de vestido por causa do calor. No dia seguinte, e em todos os outros desde então, Angélica tem ido trabalhar em senhoris calças.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

MORRE PENA BRANCA

Comentei recentemente neste blogue sobre a apresentação de Luiz Salgado em Patos de Minas. Mantivemos conversa no intervalo do show.

Um dos assuntos do bate-papo foi a dupla Pena Branca e Xavantinho. E foi por intermédio de e-mail enviado por Luiz Salgado que fiquei sabendo há pouco que Pena Branca morreu ontem à noite (Xavantinho já havia morrido em 1999).

A causa da morte foi insuficiência respiratória. Pena Branca, cujo nome real era José Ramiro Sobrinho, tinha setenta anos; estava no Hospital São Luiz Gonzaga, em São Paulo, quando morreu.

Com o irmão Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, Pena Branca compôs dupla caipira premiada no Brasil e no exterior. Em 2001, o próprio Pena Branca recebeu o Grammy Latino de melhor disco de música sertaneja.

Pena Branca nasceu em Igarapava, em 1939; Xavantinho, em Uberlândia, em 1942. Os dois eram representantes da chamada música "de raiz", que tem estética e temática diferentes da música sertaneja com influências country, que se popularizou na década de 90.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

SHOW DE LUIZ SALGADO EM PATOS DE MINAS

Ontem, conferi, em restaurante local, show com Luiz Salgado. Ele é de Patos de Minas. Atualmente, mora em Araguari.

No repertório, músicas regionais e alguns clássicos da MPB. Além de Luiz Salgado (voz, violão e viola), a apresentação contou com Gringo (baixo upright), que é uruguaio, e Lilian Fulô (voz e percussão). Ela e Luiz Salgado são casados.

Luiz Salgado já lançou dois CDs: “Trem bão” (2003) e “Sina de cantadô” (2008). Neste ano, será lançado um DVD gravado ao vivo em Cruzeiro dos Peixoto, distrito de Uberlândia. A gravação foi em 2007.

Durante o intervalo do show de ontem, anotei os dados para este texto. Conversa vai, conversa vem, e descobrimos que tanto ele quanto eu temos uma grande admiração pelo carcará, típica ave do Cerrado. O CD “Sina de cantadô” tem uma faixa chamada “Carcará, guardião do Cerrado”.

Caso queira conferir o Myspace do artista, gentileza clicar aqui. Para se informar sobre a agenda de shows, o endereço é este aqui.

Abaixo, conforme combinamos na conversa que tivemos ontem, eis algumas fotos que tenho feito do majestoso carcará.

 
  
 

  
    
  

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CAIU NA REDE (19)

Pessoas, a edição 19 do Caiu na Rede está no ar. Caso queiram baixar o programa, gentileza clicar aqui.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

BASTIDORES

Sempre tive muita vontade de acompanhar a feitura de um filme. Creio que eu vivenciaria, de modo ainda mais intensificado, a curiosa sensação de que o que a gente vê na feitura não corresponderá ao que será exibido nas telas. É muito interessante ver a imagem “crua”, sem tratamento, sem acabamento.

É muito curioso acompanhar, por exemplo, que numa cena intimista havia gente, câmeras, cabos, microfones e equipamentos diversos por toda parte.

É que há pouco conferi os extras de “Um beijo roubado” (My blueberry nights), sobre o qual já escrevi neste blogue. É um barato acompanhar uma cena qualquer a partir de uma câmera que estava no ambiente registrando as filmagens. É como se a produção se tornasse caseira, como se perdesse a dimensão artística. Chego até a ter a sensação de que é fácil fazer aquilo, mesmo sabendo que não é.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A QUEDA

O mundo caiu.
Escombros são
o que se vê.
Mas há algo
invisível e latente
em meio aos restos.
Em detalhes ainda
imprecisos, vibra
algo que um dia
será esperança.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

LADY GAGA

Há pouco, conferi reprise de uma entrevista com Lady Gaga. Gostei. Além das músicas, que estão em qualquer rádio a todo momento, e do visual espalhafatoso, eu nada sabia dela.

Nasceu em família rica, teve acesso às melhores escolas (foi colega de sala da Paris Hilton) e foi criada em rígida educação católica. Começou a estudar piano, que toca nos shows, aos quatro anos. Antes do sucesso, apresentava-se em clubes noturnos de Nova York. O nome Lady Gaga se deve ao sucesso “Radio Gaga”, do Queen (all we hear is... Lady Gaga...).

Em determinado momento da entrevista, concedida a Oprah Winfrey, o Haiti foi mencionado. Gaga (como ela gosta de ser chamada) disse que estava em Nova York no 11 de Setembro. Segundo ela, muitos poderiam não entender o que as pessoas de lá pudessem estar passar passando naquele momento. Em seguida, disse que o ocorrido no Haiti foi pior do que o 11 de Setembro, e que por isso mesmo os haitianos precisam da ajuda de todos.

Jovem, rica, bonita e, agora, cantora de sucesso do show business. A despeito de todo o auê em torno dela, transmitiu uma imagem de lucidez e simplicidade. Se há algo de empáfia ou soberba, não senti isso durante a entrevista.

LUZ, CÂMERA, PALAVRA

Já comentei neste blogue sobre “Moulin rouge”. Ontem, revi algumas cenas do filme. Há um momento em que Christian, interpretado por Ewan McGregor, começa a cantar para Satine, interpretada por Nicole Kidman, o sucesso “Your song”, do Elton John. Assim que Christian começa a cantar, as luzes da cidade, literalmente, se acendem. Há a sugestão de que o amor ilumina, é luz...

Numa outra cena, Satine canta diante do personagem Duque, interpretado por Richard Roxburgh, trechos da mesma canção do Elton John. Não era para o Duque que ela cantava, mas, sim, para tentar livrar Christian de uma enrascada – o Duque estava interessado nos serviços de Satine, cortesã de luxo do Moulin Rouge, a casa em que ela trabalhava.

Quando Satine termina de cantar, os olhos do Duque, literalmente, se acendem, se iluminam. Novamente, e com um toque de humor, a sugestão de que o amor ilumina, é luz...

Essas cenas me fizeram pensar sobre o modo de dizer as coisas. Seria comum num pedaço de papel algo como “o amor ilumina o mundo” ou “o amor me ilumina”. São imagens já usadas por demais (é claro que não sugiro que imagens assim tenham se tornado impossíveis de serem usadas com criatividade em literatura). Contudo, olhar as coisas sendo iluminadas pelo amor é diferente do que ler “o amor ilumina”.

Obviamente, levo em conta que cinema e literatura são meios de expressão diferentes e que cada um tem seus recursos, peculiaridades e limites. Mas é que revendo as duas cenas, foi curioso observar que aquilo que pode não soar poético num texto, poético pode se tornar se encenado ou representado.