sábado, 21 de junho de 2014

ANAGRAMAS

O aroma da amora,
o pardo prado.
O quarto, o quatro.
Lidar com o ardil,
o caos, o caso:
coisa ciosa.

O poder podre.
Escalo a escola.
Lavo o alvo,
a lava alva.

Algo, lago, Olga;
usada, suada.
Salta no atlas.
É dia, é ida.

Lato alto.
Pena, pane.
Nado na onda.
Misto de istmo.

Revelar, relevar.
Eu queria — queira.
Alegria, alergia.
Temi o time,
a alma na lama.
Na sala, alas.
Anda, nada.
O ator na rota.

A lata é alta.
Nela, anel.
Aram, Mara.
No ramo, amor.
Usar, suar,
soar raso.
No solo, em Oslo.
Luar, Raul.
Assim, missa.

O atol lota.
Gato em toga,
gato em gota.
Ave, Eva!
O gelo, o gole.
Tanto e tonta.

Ando na onda.
O faro, o fora.
Garça e graça.
O parto é porta,
a pedra é perda.
Orar é raro.
Rubro rubor.
O fruto do furto
em torno do trono. 

15

The record is getting Klose.
The record is getting, Klose. 

TIRANDO O CHAPÉU

Tendo saído para fotografar, eu me deparei com este chapéu no mastro de uma cerca. Não haveria como não fazer os registros.


É VERMELHO, CONSTANTINO

É preciso ser um grande artista ou ser muito inteligente para fazer com que paixões, ódios ou ranços não destruam um texto. O Rodrigo Constantino, da Veja, até agora, não deu provas de ser um grande artista. E deu provas de que não é muito inteligente.

Escreveu ele que o logotipo da Copa do Mundo, com o “2014” em vermelho, seria propaganda subliminar para o PT. O colunista tornou-se motivo de chacota. Segundo o Pragmatismo Político, Vincent Bevins, do Los Angeles Times, fez piada com o colunista da Veja.

Ainda segundo o Pragmatismo Político, o logotipo é uma criação da agência África. Integravam a equipe que escolheu a arte com o “2014” em vermelho: o presidente do Comitê Organizador Local da Copa (COL), Ricardo Teixeira, o secretário da Fifa, Jerome Valcke, Oscar Niemeyer, Paulo Coelho, Ivete Sangalo, Gisele Bündchen e Hans Donner.

Num tributo à neura do Constantino, posto, abaixo, a letra de “Vermelho”, composição de Chico da Silva. A canção foi um grande sucesso na voz da Márcia Freire. A Fafá de Belém também a gravou. Há ainda, pelo menos, uma outra gravação que já escutei, embora não me lembre com quem (lembro-me de que era voz masculina).
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Vermelho (Chico da Silva)

A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som da minha voz
Vermelho, vermelhaço, vesmelhusco
Vermelhante, vermelhão
O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor (vermelho)

A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som da minha voz
Vermelho, vermelhaço, vesmelhusco
Vermelhante, vermelhão
O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor (meu coração)

Meu coração é vermelho
De vermelho vive o coração
Tudo é garantido após a rosa avermelhar
Tudo é garantido após o sol vermelhecer

Vermelhou no curral
A ideologia do folclore avermelhou
Vermelhou a paixão
O fogo de artifício da vitória avermelhou