quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

FOTOPOEMA 293

A HISTÓRIA POR TRÁS DA(S) FOTO(S) (71)



Quando fotografo, uso a exposição manual. Se eu estiver em uma situação que demande rapidez nos ajustes, como, por exemplo, em fotos de aves durante o voo, uso a prioridade abertura. Na lente, uso o foco automático na grande maioria das situações.

Contudo, as duas fotos desta postagem são exceções, pois nelas usei o foco manual da lente, o que muito raramente faço. Isso ocorreu porque ela não estava conseguindo foco devido à... “fineza” dos assuntos principais: o equipamento focalizava o fundo, não o que eu queria.

Diante disso, um tanto inseguro, decidi-me pelo foco manual, apesar da quase absoluta falta de prática. Fiz duas fotos de cada assunto. Observei-as no monitor da câmera; pareceram-me bem focadas. Contudo, só haveria veredito inapelável depois que elas fossem escrutinadas aqui.

LETRA DE MÚSICA (34)

Bobagem, fugir do amor.
Tranquilo, ele nos acha.
Vou achar você de novo.
O que você acha disso?

Caso eu esteja por aqui,
a porta vai estar aberta.
Entre sempre que quiser:
ela fica aberta para você.
Se estiver fechada, bata.

Saudade mais forte hoje.
É, eu tento lidar com ela,
que no coração não cabe.
Sempre gigantesca agora,
sempre enorme bem aqui.

"MEMÓRIA DE MINHAS PUTAS TRISTES"


Um dia desses, perguntaram-me se eu havia lido o “Memória de minhas putas tristes”, do Gabriel García Márquez; a tradução é de Eric Nepomuceno. Eu disse que li quando foi lançado, mas que não havia me entusiasmado com o trabalho. A pessoa que me perguntou sobre minha leitura disse que havia gostado muito.

Fiquei com isso na ideia e decidi reler o livro recentemente. Só digo: não sei onde eu estava com a cabeça quando não vi a beleza que há no escrito. Eu havia gostado pouco. Antes da releitura eu não poria “Memória de minhas putas tristes” no panteão das obras do autor. Agora, mudei de ideia.

A temática do amor na velhice não é novidade no escritor colombiano; mesmo assim, nem enredo nem personagens soam como mais do mesmo. Narrado em primeira pessoa, procedimento que não é regra em García Márquez, “Memória de minhas putas tristes” é a história de um velho que decide se dar de presente, no dia em que completaria noventa anos, uma noite de amor com uma adolescente virgem.

Em tempos de engajamento contra a pedofilia, o anúncio de um enredo assim pode sugerir algo insidioso. Entretanto, não é o que exala das páginas do livro, que é um hino à vida, ao amor. Com seu usual senso de humor, García Márquez vai narrando as mudanças pelas quais passa um velho que se vê, de repente, louco de amor.

No que poderia haver repugnância, há uma história tocante, engraçada, lírica e reveladora das coisas que só o amor, e mais nada, leva-nos a fazer. História bonita, a qual mostra que ele, o amor, embora seja sempre o mesmo, não tem regras.

APONTAMENTO 171

“O que há num nome?”. O que há na Dublin de Joyce? O que há no sertão de Guimarães Rosa? O que há na Ipiranga e na São João? O que há em Yoknapatawpha? O que há em Macondo? O que há em Coromandel? O que há em você? O que há em mim?... Nada demais em nada disso. É a arte que torna encantado qualquer lugar e encantada qualquer pessoa. Sem ela, não há encanto. Nem em você nem em mim nem em nenhum lugar.