terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Silêncio vermelho

É que meu coração segue o mesmo.
Quer te dizer o que comi no almoço, 
o poema que li ontem pela manhã, 
a canção que escutei no fim do dia.

Eu tirei foto do horizonte: não a viste.
Tomei um vinho: nós não brindamos.
Estou pensando em visitar a África:
queria te contar, mas não em verso.

Artérias carregam silêncio pesado,
veias transportam mudez artificial.
Corre pelo corpo o que não se diz.
Tudo o que calo grita para dentro. 

Haicai da varredura (2)

A vassoura serve tal corpete.
Nem por isso vai Doria tirar
a sujeira de sob o carpete.