É que meu coração segue o mesmo.
Quer te dizer o que comi no almoço,
o poema que li ontem pela manhã,
a canção que escutei no fim do dia.
Eu tirei foto do horizonte: não a viste.
Tomei um vinho: nós não brindamos.
Estou pensando em visitar a África:
queria te contar, mas não em verso.
Artérias carregam silêncio pesado,
veias transportam mudez artificial.
Corre pelo corpo o que não se diz.
Tudo o que calo grita para dentro.