Neste ano, vi
homem matando homem,
guerras de um país contra outro,
guerras dentro de um mesmo país.
Vi
amores que não deram certo,
talentos que morreram,
políticas que mataram,
vidas que se penduraram em cordas,
caminhões que esmagaram celebrações.
Vi
a truculência do não argumento,
a indiferença de quem tem demais,
panelas que bateram no ritmo do preconceito,
mídias se aliançando com golpistas.
Vi a guerra do Brasil contra si mesmo.
No ano que vem, verei “mais do mesmo”.
Há coisas de sempre que seguirão edificando suas casas sem janelas.
Todavia, não sei o que será da mistura entre
o velho imprescindível e o novo instigante.
Não sei do novo verso,
das releituras,
do novo encontro,
dos reencontros,
dos novos amigos,
dos amigos de sempre.
Ainda nem sei o que a velha esperança é capaz de fazer.
Haveremos de saber.