Júlio Baptista, do Cruzeiro, e Cris, do Vasco, deram versões parecidas para a cena em que Baptista diz para Cris: “Faz logo outro gol, p...; faz logo outro”, quando o Vasco já estava vencendo a partida por dois a zero. Segundo os dois, Baptista disse o que disse pelo fato de eles estarem discutindo: depois de Cris, supostamente, ter pedido ao Cruzeiro para amaciar, Baptista retrucou (também supostamente), desafiando o Vasco a fazer mais um.
Quando li que os dois haviam dado versão parecida para a história, eu me dei por satisfeito. Todavia, ao ver o lance, fiquei em dúvida: Baptista fala duas vezes “faz logo outro”. Minha desconfiança é gerada não pela repetição das frases: enquanto as diz, ele olha, furtivo, para os lados, como se estivesse certificando-se de que sua fala não seria percebida por ninguém.
É claro que não tenho como provar que Baptista tenha tido a intenção de ser literal no que disse, bem como não tenho como saber se ele disse o que disse em tom de desafio, de provocação. Contudo, a impressão com que fiquei, e posso estar errado nisso, é que ele não estava, por assim dizer, desafiando o Vasco.
Sempre duvidei de teorias das conspirações, sejam elas quais forem. Isso, contudo, não me impede de saber que o futebol está cheio de armações. Essa pode ter sido mais uma. Nós, torcedores, não temos acesso a bastidores e a possíveis negociatas. Para mim, ficou a dúvida, ficou a nódoa na campanha do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro.
Do modo como as coisas são, não torcer demais é salutar. Tudo isso me faz lembrar do Eurico Miranda, que foi presidente do Vasco; ele disse que pretende voltar ao cargo. Recentemente, em entrevista, Miranda declarou que o Vasco está ameaçado de rebaixamento devido ao profissionalismo do clube. Teriam Cruzeiro e Vasco seguido o “conselho” de Miranda no partida de ontem?