A única vez em que chorei devido a resultado de uma partida de futebol foi em 1982; eu tinha onze anos. Quando a derrota do Brasil, que jogara contra a Itália, foi decretada, chorei. Aquele time era formidável. Parte de toda aquela magia estava também em Luciano do Valle. Era um narrador à altura do que fez aquela equipe.
Posteriormente, acompanhei, já pela Band, um programa de variedades que Luciano do Valle apresentava nos fins de semana. A atração ia ao ar de madrugada; chamava-se Valle Tudo. Mesmo chegando de alguma farra, a primeira coisa que eu fazia era ligar a TV para acompanhar a atração. Às vezes, até deixava de sair, a fim de sintonizar o Valle Tudo.
Dono de uma voz privilegiada, Luciano do Valle morre às vésperas de narrar mais uma Copa do Mundo. Perde o evento, que não terá, no rádio, Osmar Santos, que não mais narra, devido a sequela de acidente automobilístico, e não terá, na TV, o brilho e a emoção de Luciano. Valeu, do Valle.