sábado, 9 de março de 2019

Da recusa em atacar

Não sou torcedor nem do Vasco nem do Flamengo, que jogaram há pouco no Maracanã. Houve empate por 1 a 1. O jogo foi movimentado, o Vasco empatou aos noventa e cinco minutos de jogo.

Já nos acréscimos, aos noventa e dois minutos, em contra-ataque, o Flamengo quase fez dois a zero. Na conclusão da jogada, houve escanteio. O Flamengo, em vez de jogar a bola na área ou tentar, de algum modo, atacar, no momento de bater escanteio, tentou chutar a bola sobre defensor vascaíno; em vez disso, houve tiro de meta para o Vasco.

Podem duvidar do que vou escrever, mas no momento em que houve esse lance, pensei comigo: “Ridículo, um time se recusar a atacar, ainda que esteja perto do fim. O Vasco ainda pode fazer um gol, o que seria merecido, devido à recusa do Flamengo em atacar”. O Vasco, então, cobrou o tiro de meta, atacou e teve pênalti a seu favor. Maxi López bateu e empatou a partida.

O lance do Flamengo foi um retrato do que é futebol brasileiro, em que boa parte dos times considerados grandes se recusa a atacar, ainda que esteja empatando. A despeito de Vasco e Flamengo terem feito um jogo cheio de oportunidade para gols, coisa rara no futebol brasileiro, os lances dos acréscimos ilustram bem a indolência, o comodismo e a pobreza técnica do futebol nacional.

Repito: futebol nacional. A maioria das equipes tidas como grandes do futebol aqui jogado tem uma abordagem pobre, sem criatividade, sem ousadia. Menciono a partida terminada há pouco no Maracanã por ser o jogo a que assisti e por ter eu pensado que o Flamengo poderia ser punido por decidir não atacar quando teve o escanteio a seu favor.

É claro que o Flamengo poderia levar gol ainda que tivesse tentado atacar quando da cobrança do escanteio. Mas isso é cogitação. O que não é: tomando a decisão de não atacar, ao propor enrolar no campo de ataque, o rubro-negro levou o gol de empate. Nada mais típico do pouco criativo e pouco combativo futebol brasileiro.