José Roberto Bugleaux, conhecido como Bugleaux ou Buglê, marcou o primeiro gol no Mineirão no dia cinco de setembro de 1965, numa partida da Seleção Mineira contra o River Plate. Na época, Bugleaux jogava pelo Atlético; hoje, mora em Taguatinga/DF.
Quarenta e sete anos depois, numa dessas ironias de que a vida é plena, outro jogador Atleticano faria gol, dessa vez na reinauguração — mas contra. Marcos Rocha tentou rechaçar cruzamento e a bola foi parar dentro na rede. Anselmo Ramon, que também participava do lance, comemorou, mas o gol foi anotado para Marcos Rocha.
O Cruzeiro vinha se insinuando. Aos onze minutos, Vítor, goleiro atleticano, defende bola; aos vinte e um, o mesmo Vítor sai da grande área, dá chutão e impede chance do rival. Aos vinte e dois, o gol viria. No todo, o Cruzeiro jogou um pouco melhor no primeiro tempo, mesmo com o empate do Galo tendo vindo aos vinte e sete minutos. Araújo foi o autor, após rápida confusão na área.
Como geralmente ocorre nesse tipo de partida, o começo foi truncado, com muitas faltas. Já com a partida deslizando um pouco mais suave, Leonardo Silva, aos dezoito minutos, dá um murro nas costas de Anselmo Ramon; nem árbitro nem bandeirinha parecem ter visto. Do lado atleticano, Bernard, craque que foi destaque no ano passado, teve atuação apagada.
Mas ele voltou serelepe no segundo tempo: aos dois minutos, quase marca; a bola atingiu a rede pelo lado de fora. Aos quatro, o mesmo Bernard realiza ótima jogada pela esquerda. Segundos antes, Jô quase marca de cabeça; também quase marcou aos vinte e sete, chutando cruzado após lateral.
Pelo Cruzeiro, foi Dagoberto, que entrara aos onze minutos, quem brilhou, marcando aos dezesseis, após cruzamento preciso de Anselmo Ramon. Dois minutos depois, Leandro Guerreiro é justamente expulso depois de falta tola sobre Ronaldinho Gaúcho.
Aos vinte e três, Vítor defende mais uma de Anselmo Ramon. Aos vinte e sete, Jô tem a chance de marcar mais uma vez. Como o Cruzeiro tinha um jogador a menos, era natural que o Galo tentasse pelo menos empatar o jogo.
Mas, aos trinta e nove, é o goleiro Vítor, melhor jogador da partida, quem realiza mais uma proeza, defendendo com o pé e impedindo mais um gol da Raposa. Aos quarenta e quatro, em contra-ataque, o Cruzeiro acerta a trave.
No todo, se não foi um baita jogo, foi uma bela partida. Ontem, durante chuva em Belo Horizonte, ficou nítido que a drenagem do gramado é ruim. Como não choveu enquanto o clássico era disputado, a bola correu sem problemas.
Em teoria, o time atleticano, a despeito da derrota, que é circunstancial, está mais forte do que o Cruzeiro para a temporada. Do outro lado, o Cruzeiro se renovou e, também em teoria, está melhor, em relação a si mesmo, do que esteve no ano passado.