segunda-feira, 16 de março de 2009

LANÇAMENTO DE LIVRO

No dia 28 de março (um sábado), às 20h, Luís André Nepomuceno lança o livro “Os anões”, no Auditório do Colégio Marista. É seu terceiro livro de ficção, todos lançados pela Editora 7Letras, por intermédio da qual já saíram “Antipalavra” (2004) e “A lanterna mágica de Jeremias” (2005).

O evento tem promoção e apoio da Editora 7Letras, Prefeitura de Patos de Minas e Colégio Marista. Em breve, este blogue publica entrevista com o autor.

LETRA DE MÚSICA (5)

Durante mais ou menos um ano, em meados da década de 90, cheguei a fazer aulas de violão clássico. Eu era péssimo aluno, pois não treinava em casa. Ainda assim, o professor Eduardo Barcellos (Dunga) e eu tivemos profícuos diálogos sobre música. Dunga é atualmente professor do conservatório aqui em Patos de Minas.

Numa das aulas, perguntei se ele toparia musicar um de meus textos. Ele abarcou a ideia. Levei duas letras. Diante das folhas de papel, ele disse: “Só de bater o olho já sei que esta aqui vai ser mais fácil de ser musicada”. Curiosamente, na hora da execução do trabalho, deu-se o inesperado: a que ele pensava que seria a mais fácil, nem musicada foi.

A letra é na verdade um poema escrito por mim. Cheguei a publicá-lo em meu primeiro livro, Leve Poesia, lançado em 2000. Houve pequenas alterações no texto em função da melodia. O título do poema (e da canção) é Ausências. Agradeço demais ao Dunga pelo privilégio que me concedeu de ter um texto meu musicado por ele.

Dunga cantou e tocou violão. Seu irmão, Leonardo Barcellos, tocou violino e teclados. Abaixo, a letra da canção. Caso você queira recebê-la, deixe um recado com seu e-mail (que não será publicado) e lhe envio o áudio da canção.
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Ausências

A ausência que agora sinto
se faz em três:
a sua ausência aqui,
a ausência minha aí,
a ausência nossa em nossos lugares.

Outrora nunca poderia eu imaginar
que a ausência possui divisões.
O amor que crescia
não podia ser assim decomposto
de forma tão ligeira.

Herdeiro de ausências,
me distraio, tentando compor assim
o esquecimento.
Ainda atordoado,
pressinto um sentimento
que o passar dos anos
talvez não aniquile.