domingo, 31 de janeiro de 2016

CRUZEIRO 0 x 0 URT

Há pouco, no Mineirão, não se pode dizer que a URT tenha feito uma bela partida diante do favorito Cruzeiro, em partida válida pelo campeonato mineiro. O Cruzeiro também não fez um belo jogo. Deixando de lado a beleza, e falando de eficácia, a URT foi mais eficaz do que o Cruzeiro porque o time de Patos de Minas cumpriu aquilo que se propôs a fazer.

Seria suicídio da URT tentar jogar contra o Cruzeiro de modo ofensivo. Assumindo ser inferior, a equipe patense optou pela estratégia do contra-ataque, investindo pata tal numa disciplinada marcação. A tática funcionou, mesmo levando-se em conta o maior número de chances que o Cruzeiro teve. Diante das circunstâncias, o empate contra o Cruzeiro lá no Mineirão não é um resultado ruim para a URT.

A primeira meia hora de jogo foi chocha. Só no último terço do primeiro tempo é que o Cruzeiro impôs um andamento mais rápido ao jogo. No segundo tempo, com um calor menos inclemente dentro de campo, o Cruzeiro, não só sendo mais veloz, tentava pressionar a URT, mas nem as três alterações feitas de uma vez por Deivid, técnico cruzeirense, conseguiram fazer com que a Raposa marcasse. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ENCONTRO COM LEITORES

Ontem, a leitora Vanessa Honorato entrou em contato comigo. Na ocasião, comentou que mora numa fazenda perto de Lagamar, e que estaria em Patos de Minas hoje. O motivo de ela ter entrado em contato foi este: Vanessa disse que gostaria de adquirir o Dislexias, meu mais recente livro. No contato de ontem, perguntou-me se haveria a possibilidade de nos encontrarmos hoje, para que ela pegasse o trabalho comigo.

Assim foi. Na hora do almoço, eu me encontrei com a Vanessa, o Sergio, com quem ela é casada (ele disse que é ouvinte do Conta-gotas, programa que gravo para a Clube FM), com a Rynatta e com o Gabriel (filhos do casal). Tanto Vanessa quanto Sergio leem com frequência. Que os filhos deles, que ainda são crianças, tomem gosto pela leitura à medida que forem crescendo.

Quando comentei com a Vanessa estar inseguro sobre se ela gostaria do Dislexias, ela disse para eu ficar tranquilo, afirmando que já era minha leitora e que já vinha lendo textos meus em meu blogue, o que me surpreendeu. A você, Vanessa, e a você, Sergio, obrigado pelo encontro e por se predisporem a ler o Dislexias. Abraços para todos.

E confirmando: o lançamento do livro será no dia 19 de fevereiro, no Bar e Restaurante Armazém. Fica na Doutor Marcolino 113, Centro. A partir das 20h30. 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

JAY-Z EM "LOST"

O trecho que o Jay-Z fala em “Lost”, do Coldplay, vai muito além de ser uma bela reflexão sobre o lado trágico que o sucesso ou a fama pode trazer. Por conter essa reflexão, o trecho já é riquíssimo. Não bastasse, os argumentos e os questionamentos que desenvolve acabam resvalando para a filosofia, a sociologia e o comportamento pérfido da mídia. Brilhante. 

APONTAMENTO 314

Um trágico acidente numa esquina local. Um infarto definitivo. Um sono que não desperta. Um assassinato. Por muito tempo, pensei que todos os atos de um homem convergiam para sua morte. Até agora, eu concebia a morte como o auge do homem. Não. O auge de todo homem é seu agora. Um desses “agoras” é a morte. Ela é mais um dos apogeus de qualquer homem. 

APONTAMENTO 313

Não há finalidade premeditada por algum desígnio no que nos acontece. As coisas nos acontecem para que, a partir daí, criemos uma finalidade para elas. 

domingo, 24 de janeiro de 2016

PALAVRA E SILÊNCIO

Chega o momento 
em que todas as palavras foram ditas.
Chega o momento 
em que é preciso se calar.
Chega o momento 
em que é preciso aceitar 
que as palavras podem não ser o bastante.
Chega o momento 
em que é preciso se retirar.

Não para descrer do poder da palavra.
Não para investigar só o poder do silêncio.
Ele me espera ao lado.
Vou para lá feito de palavra.
Voltarei para cá feito de silêncio.

Com silêncio e com palavra,
vou me compondo.
Em breve, trarei uma canção. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

PARA MARÍA E PARA JORGE

Sei de algumas palavras que Jorge
ofereceu a María.
Sei de algumas palavras que María
ofereceu a Jorge.
Leio essas palavras que 
receberam um do outro.
Quando os olhos deles as percorreram,
que esses portenhos tenham ficado
tão felizes quanto eu ao ler o que
ofertaram um para o outro.
Amor é também gratidão. 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

FOTOPOEMA 382

ANTES DO CORPO

Mapear teu corpo
com minhas mãos,
com meus lábios,
com minha língua,
com meus dentes.

Teu cheiro,
tua boca,
tua língua,
teus dentes,
tua pele.

Amor,
quando vem
antes do corpo,
é amor que anseia
pelo amanhã.
Volta amanhã.

E fica. 

domingo, 17 de janeiro de 2016

OUVIDO RUIM (2)

Mais uma para a lista das letras que foram escutadas incorretamente. Há pouco, eu estava curtindo “Loser”, do Beck (gosto demais dessa canção). No melodioso refrão, eu cantava: “So open the door / I’m a loser, baby / So why don’t you kill me?”. (Então abra a porta / Sou um perdedor, querida / Então por que você não me mata?)

Pois bem: como havia trechos da parte falada que eu não entendia em totalidade, fui ao Google conferir a letra. Foi quando ocorreu a revelação: o refrão tem uma estrofe em espanhol. Assim, a versão correta é: “Soy un perdedor / I'm a loser, baby, so why don't you kill me?”. (Sou um perdedor / Sou um perdedor, querida, então por que você não me mata?) 

CASAS PARA O AMOR

Melindroso, sutil, onipotente.
Circulando por entre as criaturas,
o amor quer morar em corações.
A porta pode estar fechada.
O amor entra mesmo assim.
A porta pode estar calada.
Não quer dizer ausência de amor.
Habitante voraz, toma conta
de cada cômodo da casa.
O amor é que escolhe.
Desdenha dos personagens.
Mofa das circunstâncias.
O amor quer saber de si.
O amor quer acontecer. 

sábado, 16 de janeiro de 2016

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

QUANDO TIVE MEU PRIMEIRO LIVRO EM MÃOS

O Neruda, no “Confesso que vivi”, escreve que não há emoção que se compare à que acontece quando um autor tem em mãos, pela primeira vez, o primeiro livro que escreveu. Isso não me saiu da cabeça, pois, quando li o “Confesso que vivi”, eu já tinha a intenção de em algum dia publicar um livro.

Não me emocionei quando tive em mãos um exemplar do Leve poesia, meu primeiro livro. Na época em que o livro foi editado, as gráficas enviavam para o autor o que chamavam de boneco: em folhas de sulfite devidamente dobradas e grampeadas, havia a diagramação do livro, o aspecto de como ele ficaria quando pronto. Esse boneco servia para que uma última revisão no escrito fosse feita.

Quem me entregou o boneco do Leve poesia foi o Lazinho, um vizinho de infância que tive. No tempo em que o livro estava sendo feito (a obra foi lançada no fim de 2000), o Lazinho trabalhava na gráfica onde o Leve poesia foi impresso. Como ele me conhecia, trouxe até mim as folhas de sulfite dobradas e grampeadas. Eu me emocionei com o boneco! A simples “cara” de livro que ele tinha foi o bastante para me comover. Fiquei muito feliz. Depois, quando tive, de fato, o livro em mãos, não senti nada. “Gastei” a emoção com o boneco. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

CONTO 84

César acha que o mais belo dom que há é o dom de cantar; ele sabe escrever. Tatiane acha que o mais belo dom que há é o dom de escrever; ela sabe cantar. Ambos se arriscam como compositores. Certo dia, conheceram-se. Começaram namoro. Um admirava o dom do outro. Por brincadeira, decidiram compor uma canção. César cantaria; Tatiane faria a letra. Ficou horrível. Deram-se por vencidos. Voltou cada um para seu dom; compuseram outra canção. César escreveu a letra; Tatiane cantou. Ficou horroroso. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

MEU LIVRO JÁ À VENDA

Como dito, em breve, lançarei Dislexias, meu mais recente livro. O evento será depois do carnaval. Ainda não defini nem data nem local.

Contudo, caso você queira, já é possível adquirir o livro pela página eletrônica da Chiado, editora portuguesa por intermédio da qual o livro saiu. Basta clicar aqui. Há a versão em papel e a versão em “e-book”.

Em breve, o livro estará à venda nas livrarias do Brasil também. Quando estiver, confirmo. 

APONTAMENTO 311

Amor é gostoso em qualquer idade. Insípido é não amar. 

APONTAMENTO 310

Minha razão me diz que não há hierarquia dos dons. Não há um dom mais belo do que outro. Todo dom é belo. É o que me diz a razão. Meu coração me diz que não há dom mais belo do que o de cantar. 

GOTAS

Manhã de chuva mansa
é para ser compartilhada. 
Gota a gota. 
Até o ponto em que
os corpos, molhados, 
queiram descanso. 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ENTREGA DE MEU LIVRO É REALIZADA

Hoje, no fim da manhã, recebi os exemplares de Dislexias, meu próximo livro a ser lançado. O envio foi feito pela Chiado, editora portuguesa pela qual estou publicando. Ainda não defini nem data nem local do lançamento. Do que sei, é que será depois do carnaval. 







domingo, 10 de janeiro de 2016

APONTAMENTO 309

A diferença entre literatura e jornalismo é que a literatura se propõe a buscar a verdade. 

"QUE HORAS ELA VOLTA?"

Assisti ontem ao poderoso “Que horas ela volta?” (2015), da diretora Anna Muylaert, que é também a roteirista. Que filme bonito, que filme necessário. É uma obra cheia de implicações e de possibilidades, mostrando, por intermédio de história ocorrida em casa de família classe média de São Paulo/SP, um microcosmo do que é a mentalidade de parte da população brasileira, a partir da relação entre patrões e empregados.

Val, interpretada por Regina Casé, é uma empregada doméstica que há tempos trabalha para a família de Bárbara (Camila Teles). Bárbara é casada com Carlos (Lourenço Mutarelli); eles têm um filho adolescente, Fabinho, interpretado por Michel Joelsas. Tudo parece ir bem até o dia em que Jéssica (Camila Márdila), filha de Val, liga para a mãe, dizendo que irá para São Paulo (Jéssica mora no nordeste), a fim de prestar vestibular.

Bastam algumas horas de Jéssica na casa dos patrões de Val para que uma série de preconceitos e de estereótipos venham à tona. O mundo de Bárbara e Carlos parece ser sofisticado, civilizado; na casa deles, não se eleva a voz, mas paira uma civilidade que é de plástico e que se sustenta somente em torno do dinheiro e de um mundo de aparências. Fabinho, por exemplo, se precisa de consolo e de carinho, não o procura nos braços da mãe nem nos do pai, mas vai até o cubículo de calor escaldante a que Val é relegada.

Val, simplória nordestina, assimilou o papel que a ela entregaram. Ao chegar, Jéssica, mesmo sem querer, mesmo sem histéricos rompantes juvenis, desestabiliza o ambiente. Não que houvesse estabilidade no lugar; o que Jéssica desestabiliza é o fingimento e o desejo de sofisticação que reinam na casa. O lar de Bárbara e Carlos é falso. O tratamento que oferecem a Val, o qual é travestido de gentileza e de generosidade, na verdade reproduz um velho “apartheid” à brasileira que há séculos considera os pobres como vassalos dos ricos.

Nesse sentido, há uma fala da brilhante Jéssica que considero ponto nevrálgico do filme. Numa cena em que Val está repreendendo a filha, argumentando que ela está tomando liberdades demais na casa de Bárbara, Val sugere à filha que ela está se achando melhor do que os demais. É quando então Jéssica responde que não é que ela esteja se achando melhor, mas que não se acha inferior. A cena diz muito sobre o Brasil, em que há ainda uma parcela da população que se sente desconfortável quando a filha de uma empregada doméstica decide que vai prestar vestibular para uma universidade em São Paulo.

“Que horas ela volta?” não apela para o tom estridente. Não há gritos revoltados por parte de Bárbara, mas a afetada sofisticação dela não é capaz de esconder o ranço e o preconceito que tem contra pobres. Além do mais, Bárbara e Carlos vivem num lar que é esfacelado, doentio. O tom de voz deles, sempre comedido, está a esconder duas almas que navegam num mar de ilusão e de improdutividade.

“Que horas ela volta?” é tão brasileiro, que passa a limpo uma parte do Brasil que é arcaica há séculos no modo como trata os pobres. Uma parte do Brasil que se encanta com as belezas do mundo lá fora, mas que não é capaz de reconhecer as belezas que há aqui. O chique é sempre ir para o exterior. Há uma cena, também genial, em que Fabinho está mostrando fotos de uma praia da Austrália para Val, dizendo a ela que fará intercâmbio lá. Val diz: “Parece o Recife”.

Por fim, a atuação de Regina Casé foi tão, tão genial, que é difícil imaginar outra pessoa no papel. É uma atriz cuja carreira não acompanho: nunca havia assistido a um filme com ela nem nunca havia conferido algum programa que ela fez ou faz na Globo depois do TV Pirata. À parte isso, a atuação dela em “Que horas ela volta?” dá ao filme de Anna Muylaert uma dimensão bela e gigantesca. Val é um Brasil belo e gigantesco. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

UNO

Há uma sintonia possível.
Uma sinfonia versátil.
Uma interação entre
as criaturas da terra
e as criaturas do (m)ar.
Há de chegar o tempo em que
seremos ondas de alegria. 

HAICAI 46

Há dias em que sou desistência. 
Envolvo-me, então, com algum livro. 
Páginas depois, já sou resistência. 

A PALAVRA DO CORPO

Tu me causas vontades:
desejos de tato,
anseios de poesia.

Tu excitas minha pele,
provocas meu verbo.

Ser teu
em verso
e em corpo.

Sê minha
em palavra
e em gesto.

Ofertemos,
nós dois,
para a luz,
páginas 
e beijos. 

TARDE

Ontem, fui feliz à tarde.
Veio a madrugada.
Eu ainda estava feliz.
Depois, eu fui dormir.
Quando acordei,
já era tarde. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

BOCA DO CORPO

Quero tua boca.
Quando falas,
quero tua boca;
quando falo,
quero tua boca.

Eu sei, 
minha boca sabe, 
meu corpo sabe.

Quando eu te beijar, 
minha boca não 
vai se contentar
com a tua.

Quando eu te beijar, 
beijarei tudo o que
teu corpo todo é. 

O AMOR DE CADA UM

Poemas de amor
são inesgotáveis. 
Não que o amor 
seja inesgotável. 
Esgotável, o amor 
é um só apenas. 
O que dá ao amor
feição de infinitude
são os próprios amantes. 
Cada um dá ao amor
a cara que tem, 
por destrambelhada 
ou sóbria que seja. 
Quando é amor, 
o amor é o mesmo. 
Diversos são os amantes. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

MEU LIVRO A CAMINHO DO BRASIL; EM BREVE, DIVULGO LANÇAMENTO

Agora é tarde: recebi confirmação da editora de que meu livro está a caminho do Brasil. Chiado, a editora, é portuguesa; o livro vem de Portugal. Brevemente, confirmo data e local de lançamento.

Dislexias, título da obra, é meu terceiro livro a ser publicado; o primeiro a sair por uma editora. Os outros dois, Leve poesia (2000) e Algo de sempre (2003), foram publicados por conta própria. 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

DE OLHO

GODOT

Godot é a espera que mora
em todos nós. 
Em vão, esperamos. 
Esperamos em não, 
aguardando um “sim”
infrutífero que não virá.
Enquanto isso, 
plantemos uma árvore. 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

TIÃO NO MUNDO

“Senti-os possuidores de um segredo que não compartilhariam” (Borges).
“Vivo no mundo, mas não faço parte dele” (frase atribuída a J.D. Salinger).

Tião conhece clubes, 
tem emprego, 
percorre corredores.

Um demiurgo cochicha a seu ouvido
que o mundo esconde algo dele.
Tião nunca saberá do que se trata.

A humanidade tem escondido dele 
algo que é partilhado com todos.
Não com ele.
Para ele, é segredo.
Hermético será.

Um truque,
uma artimanha,
um jeito de ser,
uma solução.
A chave não será dele.

Tivesse coragem,
perguntaria aos passantes,
aos amigos
ou à esposa.
Mas não tem.
No Google,
não achou resposta.

Frequenta multidões,
festas, simpósios.
Dirige pela cidade imensa,
joga bola com os amigos,
põe gelo no uísque.

Não adianta.
Ele sabe que
há um jogo 
do qual não faz parte.
Algo que é corriqueiro
e fácil para os outros.

Tião se sente numa festa para a qual 
parece não ter sido convidado.
Sente-se numa festa
para a qual parece 
ter sido convidado. 

domingo, 3 de janeiro de 2016

MINHA PRIMEIRA GRANDE FAÇANHA

Sempre tive a maior dificuldade em lidar com laços, com nós, com fitas. Sabem aquelas borrachinhas que usam para prender dinheiro? Nunca consegui manejá-las para prender dinheiro. Tenho quarenta e cinco anos; até hoje, peno quando tenho de amarrar os cadarços dos calçados que uso. Há todo um ritual metódico que tenho de seguir; se não fizer assim, eu não consigo dar o laço nos calçados. Eu fico impressionado quando observo as pessoas amarrarem os cadarços rapidamente, com destreza, com graça, com naturalidade, como se estivessem respirando. Quem me dera ter essa habilidade.

Minha mãe e meu padrasto vieram almoçar aqui em casa no dia primeiro de janeiro. Somente hoje é que lavei as louças, os copos e os utensílios que foram usados nesse dia. Foi então que se deu o milagre: quando fui colocar o avental, consegui, sem a ajuda de ninguém, dar o laço a fim de deixar a vestimenta presa em meu corpo. Com as mãos para trás, na altura da cintura, manejei as fitas, guiei-me pelo tato e consegui fazer o laço! Desfazê-lo foi fácil também. Depois dessa, descobri-me capaz de realizar grandes feitos. 

INTERCÂMBIO

O verso quer luz. 
Eu o digito. 
E sou iluminado. 

SÓ POR ESCRITO

Ah se a vida te trouxesse 
como os sonhos te trouxeram.
Como não trouxe, 
há dois sonhos, 
o da vigília 
e do sono. 
No do sono, 
fizemos amor; 
no da vigília, 
faço poemas. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

DIÁLOGO DE RÉVEILLON

— Começou um novo ano. 2016 é um número par divisível por 3.
— E o que você quer dizer com isso?
— Além de que 2016 é um número par divisível por 3, não quero dizer mais nada.