quarta-feira, 30 de junho de 2021

Mãos impuras

A donzela elegeu miliciano,
elegeu quem lucra com vacina
e com a morte do povo,
elegeu quem põe fogo no país

Brada contra a corrupção,
faz caridade no Natal,
diz amar a natureza.

Sabe manter as aparências:
palmas suaves e unhas reluzentes
não delatam o sangue que escorre. 

Comoção 2

Gente, olha só que fofo: o governo Bolsonaro teria pedido propina de um dólar por dose de vacina. Só um dólar! A nobreza me comove. 

Comoção 1

Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que o governo Bolsonaro pediu propina de 1 dólar por dose de vacina. Estou estarrecido: pediram só um dólar. 

sábado, 26 de junho de 2021

Nos braços do inimigo

Se o deputado federal Luís Miranda tiver dito a verdade à CPI da covid, há motivo para que o presidente seja destituído do cargo. Arthur Lira segue reiterando que continuará barrando os pedidos de destituição (o que Rodrigo Maia fez). Apoiadores do presidente não veem problema algum no “mito” mesmo se Luís Miranda tiver dito a verdade. No auê, Bolsonaro, sem máscara, em aglomeração, tira máscara usada por criança, no país que detém o segundo lugar com mais mortes de crianças por covid. Mas entregar uma criança a Bolsonaro diz muito sobre quem estava responsável por ela. 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Existe alternativa

Por um lado, é preciso louvar a bela iniciativa da editora Autonomia Literária por ter ela editado Realismo capitalista, de Mark Fisher (1968-2017); por outro, justamente em função de o livro ser um monumento, merecia uma edição mais cuidadosa: os erros de português que a tradução tem são numerosos, amadores, irritantes. O livro merece mais.

Realismo capitalista é paradoxal: a lucidez lancinante constata a maçada em que estamos por causa do capitalismo/neoliberalismo; ao mesmo tempo, essa mesma lucidez propõe possíveis alternativas, ainda que elas não exibam contornos exatos; não é propósito do livro sugerir uma solução pronta. Num tom quase casual, Fisher mistura o erudito e o popular, longe de academicismos mas íntimo de uma contundência iluminadora.

É um livro contra, em seu sentido pejorativo, a individualidade, tão queridinha do neoliberalismo, que, exitoso, faz recair unicamente sobre o indivíduo as derrotas que ele vivencia. A balela da meritocracia talvez seja a faceta mais conhecida desse individualismo; todavia, Fisher vai além, discorrendo sobre outro aspecto cruel do neoliberalismo: se o sujeito tem uma doença mental, somente ele é o responsável por isso. O autor leva em conta a dimensão químico-cerebral de problemas psíquicos, mas ele tem a clareza de entender que esses problemas podem ser reflexos de uma sociedade doente: “É óbvio que toda doença mental tem uma instanciação neurológica, mas isso não diz nada sobre a sua causa” [1] (itálicos de Fisher).

A expressão que Fisher usa para esse estado de coisas é “privatização do estresse”. Se o cidadão sucumbe diante de pressões neoliberais, a culpa é somente dele, que, nesse estado de coisas, seria fraco, incapaz. Não bastasse, há ainda o peso da burocracia, que acabou infestando e apodrecendo os serviços públicos. No campo da educação, o autor descreve com exatidão o que se dá em decorrência dessa opressora e estúpida burocracia: “No caso de inspeções de escolas e universidades, o que será avaliado em você não são suas habilidades como professor, mas sua diligência como burocrata” [2].

A solução de Fisher para que uma alternativa ao neoliberalismo seja implementada não tem contornos nítidos, não é um manual com tópicos exatos sobre como resolver a enrascada em que estamos. Além do mais, as saídas que o autor aponta contam com a existência da democracia e de instituições, como, por exemplo, um parlamento, não importa o regime governamental. Fácil perceber que no caso do Brasil uma alternativa que dizime o projeto neoliberal está, no contexto atual, distante.

Todavia, não nos enganemos: em Realismo capitalista, a constatação de que o neoliberalismo venceu não é para que nos entreguemos à ideia de que não há alternativa, “mantra” apregoado por Margaret Thatcher. Há, sim, alternativa. Ela não se evidencia ainda, mas não virá do indivíduo, sobre quem já recaem coisas demais. Dentre outros bens, Fisher escancara que o capitalismo baniu a solidariedade. Não caiamos no conto de que não há nada a ser feito: “É nossa tarefa desenvolver alternativas às políticas existentes, mantê-las vivas e disponíveis até que o politicamente impossível se torne politicamente inevitável” [3].

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[1] Fisher, Mark. Realismo capitalista. Tradução de Rodrigo Gonsalves, de Jorge Adeodato e de Maikel da Silveira. Autonomia Literária. 2021. Pág. 67.
[2] Idem. Pág. 87.
[3] Ibidem. Pág. 151.
 

terça-feira, 22 de junho de 2021

Êxito

Não se pode negar o sucesso do neoliberalismo: implanta no trabalhador a ilusão de que ele conseguirá bancar serviços essenciais privatizados. Ele passa a exigir o desmanche do que é público. Coroando o êxito do neoliberalismo, esse trabalhador aceitará, comovido e agradecido, as sobras de comida que lhe jogarem. Enquanto se alimenta, comprazendo-se com as migalhas e com os restos de comida, supondo-se abençoado quando os tem, considera-se pleno; reverencioso, lambe no chão a lavagem jogada por Paulo Guedes e asseclas. 

Vacinados contra a covid assistem a show

A banda Foo Fighters fez show em Nova York para vinte mil pessoas — todas vacinadas. Por aqui, o presidente continua defendo remédio ineficaz contra a covid e continua sendo apoiado nessa insanidade. Yes, nós temos fool fighters. 

domingo, 20 de junho de 2021

Meio milhão

Até agora, no Brasil, a pandemia produziu onze novos bilionários, mais de quinhentos mil mortos e milhões de pobres idiotas aplaudindo o lamaçal enquanto nele afundam e afundam todos. Arredondando-se (para baixo) o número de recusas de vacina pelo governo federal, tem-se o numeral 100. É como se cada recusa tivesse matado, em média, cinco mil pessoas. Genocidas defendem o exterminador e celebram o extermínio. 

Macabro

Assisti hoje ao editorial da Globo, lido no Jornal Nacional, sobre os quinhentos mil mortos devido à covid. O cinismo é macabro: assistir à Globo dizer coisas como “direito de viver numa democracia” seria o mesmo que ter assistido a Hitler defender, em Auschwitz, o direito à vida dos judeus. 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Voto

A modinha agora é falar “eu votei em branco em 2018”. De fato, Bolsonaro não é negro. 

Quedas

Sendo reeleito ou não sendo reeleito, sendo presidente ou não sendo presidente, Bolsonaro, mais cedo ou mais tarde, a exemplo de alguns motoqueiros que estavam, há alguns dias, no bolo que o seguia em São Paulo, vai cair. Diferentemente da queda dos motoqueiros, a de Bolsonaro será metafórica. Uma das implicações disso é que, quando cair, ele não vai conseguir se levantar. 

Uso

Deus fica de fora da história quando a religião é usada por desesperados ou quando é usada por canalhas. 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Ativismo de “hashtags”

Antes que algum apressado se arvore em dizer que neste texto estou sendo incongruente com o que venho escrevendo ao longo dos séculos, digo que sou a favor de serviços públicos. Não sou adepto da sanha neoliberal, sou contra privatizações. Além do mais, embora, a rigor, não seja necessário, esclareço que criticar determinado aspecto do serviço público não é o mesmo que defender privatizações. Minha crítica poderia ser interpretada, devido a alguma ruim e má interpretação, como piscadela a favor de retirada de direitos da população. Não é.

Devido à pandemia, o baixo escalão do serviço público se vê nesta situação: em páginas oficiais de internet e em inócuos e piegas comunicados internos, lê que esse tipo de serviço se diz preocupado quanto à situação da covid no Brasil. Há campanhas a favor do uso de máscara, há dados sobre o número de mortos, há envios de normativas para os servidores sobre os cuidados que, em tese, estão sendo tomados... Tudo muito lindo, mas, no alto escalão, o que vem daqueles que tomam decisões, sem, claro, consultarem o baixo escalão, está em desacordo com o suposto humanismo divulgado por parte do serviço público. Os cargos de chefia, com frequência, são concedidos pelos superiores, sem que tenha havido eleição dentre os pares. O que advém disso nas redes sociais é que servidores que realizam pose de conscientes, de engajados, escrevendo, em seus perfis pessoais, coisas do tipo “#DefendaOSus”, “#VivaOSus”, “#VacinaSim”, “#FiqueEmCasaSePossível”, “#VivaACiência” e afins, nos bastidores do serviço público, assumem pautas tão genocidas quanto aquelas que criticam.

É muito fácil propor ativismo em rede social e, longe do olhar público, assumir pautas que estão em concordância com a anticiência, com a desvalorização da vida (vírus nos olhos dos outros é refresco). Na prática, isso revela uma atitude condizente com a iniciativa privada, em cujas engrenagens o trabalhador é um número. Se amanhã esse trabalhador morre, depois de amanhã, há outro no lugar do morto. O serviço público, com muita frequência, assume em seu aspecto externo preocupações com os cidadãos, quando, internamente, manda os trabalhadores assumirem risco de morte e coloca em risco os que dependem de determinado serviço — mesmo quando há alternativas outras que não contenham esse risco para que uma dada atividade continue em movimento e mesmo quando os servidores em cargos de chefia têm poder de veto, justamente por serem chefes, quanto a proposições contra a vida.

Seria ingenuidade supor não haver no baixo escalão dos serviços públicos quem defenda pautas de morte. Não é preciso procurar muito para achar um burocrata isolado em sua casa, trabalhando à distância, com sua fachada de descolado em redes sociais, sendo, em sua atuação trabalhista, a favor de que os colegas e a população se entreguem a riscos, ainda que haja alternativas para que esses riscos não sejam corridos. Mesmo assim, em sua maioria, o que ainda resta de humanidade nos serviços públicos está no baixo escalão, pois o alto escalão, em suas microesferas de poder, no todo, não dá a mínima para a existência alheia. Tristemente, são raros os que, no poder, importam-se com as vidas dos outros, embora, como já dito, não seja essa a fachada apregoada nem por eles em suas redes sociais nem pelas instituições em que trabalham. Acessei há pouco páginas de diversos órgãos públicos. Todos têm campanhas anticovid e pró-cuidados contra ela em suas páginas. É o falso cuidado, o humanismo de fachada. É a hipocrisia pública virtual. 

sábado, 12 de junho de 2021

Sobre homens e criaturas dos mares

Segundo o relato bíblico, “Iahweh determinou que surgisse um peixe grande para engolir Jonas. Jonas permaneceu nas entranhas do peixe por três dias e três noites (...). Então Iahweh falou ao peixe, e este vomitou Jonas sobre a terra firme”.

A CNN dos EUA noticiou que o pescador Michael Packard ficou de trinta a quarenta segundos na boca de uma baleia, que, aparentemente não tendo gostado dele, cuspiu o pescador. 

Jonas e Michael conheceram o céu — da boca. 

sexta-feira, 11 de junho de 2021

O primeiro mentiroso

[Antes de ler a crítica a seguir, saiba que, por um lado, não conto como o filme termina, mas, por outro, adianto o que é a maior implicação contida no trabalho.]
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O planeta dos macacos de Tim Burton tem uma cena em que um personagem passa a mão na parede do que restou de uma antiga e empoeirada astronave. Devido à poeira, as sílabas “-ca”, “-li” e “-ma” podiam ser lidas por quem olhasse para a parede. Assim que a poeira ao redor das sílabas é retirada pela mão do personagem, notamos que há o anúncio 

CAUTION 
LIVE 
ANIMALS
[Cuidado Animais Vivos], 

já mostrado no início do filme.

A cena é forte porque Calima é o nome do deus venerado pelos macacos. Em termos simples, mas nem por isso fracos nem com implicações desimportantes, o deus dos macacos não existe. O “ser” para o qual oram todos os dias, o “ser” a quem consagram a existência deles é um engodo. O nome desse deus nasceu a partir de um engano, de um aviso na parede de uma nave.

A existência de deus pode ser uma mentira. Essa é a mais forte implicação em O primeiro mentiroso (2009) [The invention of lying], dirigido e roteirizado por Ricky Gervais e por Matthew Robinson. No universo do filme, ninguém mente nem nunca mentiu, ninguém tem sequer a noção do conceito de mentira. É algo que não está na mente das pessoas, é algo que o cérebro nem cogita nem imagina, é coisa que não faz parte da existência no dia a dia. Assim, um garçom, enquanto trabalha, pode dizer a um cliente que ele não merece a mulher com quem ele está, um funcionário pode dizer ao chefe que não vai à empresa porque não está a fim de trabalhar. A premissa de que estamos num mundo em que ninguém mente é apresentada nos primeiros segundos; temos de nos ater a ela durante todo o tempo. 

Mark Bellison [Ricky Gervais], roteirista de pouco destaque numa empresa, está na casa dos quarenta; é personagem principal e narrador da história. Nos primeiros minutos, logo sabemos que ele será demitido, que não tem grana para pagar o aluguel e que há tempos tem interesse em Anna McDoogles [Jennifer Garner]. As cenas iniciais deixam nítido o que é viver num mundo em que as pessoas não têm sequer o conceito da mentira: Mark está diante da porta do apartamento de Anna (haviam marcado ida a um restaurante). Mal tendo aberto a porta, ela diz que ele chegou antes do combinado, tendo interrompido a masturbação dela; de cara, Anna também deixa claro que não gostou nada da aparência de Mark.

Nesse astral, o filme vai se desenrolando. Sim, rimos das variadas situações, algumas sendo de fato hilariantes, mas, ao mesmo tempo, logo nos damos conta de que não estamos em apenas mais uma comédia (romântica). A gente ri; todavia, ao mesmo tempo, nós refletimos sobre a hipocrisia nossa de cada dia e sobre as mentiras que, de fato, precisamos contar em determinados momentos, o que me remete a Borges, que escreveu (não me lembro das exatas palavras) que não há quem, ao fim de um dia, não tenho mentido, com razão, várias vezes.

Não importa se levamos em conta o título original do filme ou se levamos em conta a versão em português para o título, haverá a primeira mentira. Quando Mark a profere, uma nova dimensão se abre, pois, não nos esqueçamos, ele está num mundo em que não há a ideia da mentira, num mundo em que ninguém mente. Quando Mark inaugura o que chamaríamos de a primeira mentira, uma gama imensa de consequências se descortina. A princípio, Mark as coloca à prova; depois, começa a tirar proveito de ser ele o único humano com a capacidade de mentir.

Ainda que nos perguntemos por que Mark não é tão “cruel” quanto aqueles que dizem para ele a dura realidade da vida que ele vinha levando, a partir do momento em que ele mente pela primeira vez, é questão de pouco tempo para que ele comece a se valer das vantagens pessoais que isso poderia trazer. Além do mais, num instigante aspecto, Mark mente para algumas pessoas a fim de... melhorar as vidas delas, ainda que tal melhora venha por intermédio de uma mentira, o que nos fornece mais uma profícua reflexão.

Fosse isso, o filme já seria rico demais. Mas há o momento em que Mark conta uma mentira para a mãe dele, estando ela prestes a morrer em cama de asilo. Contada a mentira, a mãe, que, há segundos, estava aflita quanto à morte, torna-se serena e morre. O impacto da cena em nós é incomensurável, pois o que Mark contara à mãe foi a “boa” nova de que, depois da morte, haveria um “homem no céu” (Mark não usa a palavra “deus”, pois, obviamente, não há palavra para nomear uma noção que não perpassa a cabeça das pessoas, noção que, até momentos antes de ele consolar a mãe com uma mentira, não estava também na cabeça de Mark) a cuidar de nós, que não seríamos, depois da morte, pó. (Também válido notar que Mark não usa a palavra “heaven”, mas, sim, “sky”.)

Nesse momento, devido ao impacto da cena, eu pausei o filme e me lembrei de Calima. Em O primeiro mentiroso, deduz-se a princípio que, num mundo sem mentiras, não haveria a ideia de deus, não haveria a crença num deus. A mentira contada por Mark à mãe dele é escutada pelo médico que estava cuidando dela e por duas enfermeiras. Logo, logo, o mundo todo estava agitado por uma mentira, perguntando-se quem seria esse “homem no céu”.

Mark passa a ser assediado pela multidão, pela mídia, com o mundo todo sedento para saber tudo sobre o tal “homem no céu”. A partir daí, o filme assume a coragem de debochar, sem perder o tom em que vinha até então, de conceitos arraigados nos corações e nas mentes das pessoas. Em paródias divertidas, Mark anuncia os mandamentos do “homem no céu” ou, tendo sido readmitido no emprego, inventa roteiros ridículos que são ovacionados. Aliás, outro grande ponto do filme, as histórias que Mark passa a inventar como roteirista depois de recontratado funcionam como ácida crítica contra a estúpida credulidade das pessoas, que podem, dentre outras coisas, por exemplo, tomar cloroquina porque um “messias” a indicou ou entregar o corpo a um religioso porque ele disse que o esperma dele seria bom para a fiel.

Tem-se então que O primeiro mentiroso é um filme pesado, denso, “disfarçado” de comédia. É um filme sério, que postula, com coragem e com humor, ideias que estão em discordância com o que tem sido reverenciado há milênios. Há momentos em que gargalhamos, momentos em que nos sentimos embaraçados por termos achado graça de algo, momentos em que ficamos com um riso amarelo, momentos em que percebemos que “há ferrugem nos sorrisos”. O primeiro mentiroso leva ao riso, à reflexão, à filosofia. Não seria diferente ao revelar o segundo mentiroso. 

domingo, 6 de junho de 2021

João Inácio

Contra a covid, João Inácio ingeriu cloroquina, ingeriu ivermectina e ingeriu água consagrada por R.R. Soares, que, aliás, foi internado por estar com o coronavírus. Bosta de vaca, João Inácio não ingeriu, mas passou no corpo, como fizeram na Índia. Julgando-se, pois, blindado, João Inácio morreu de covid. 

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Delírio

Paulo Guedes segue realizando seu plano de sucateamento das universidades federais e de corte de bolsas de pesquisa. Não nos esqueçamos de que ele estudou por intermédio de bolsa do CNPq. Enquanto isso, a piauí revela que militares estão se articulando para ganhar bolsas de estudo milionárias. Tudo isso, Juliana Paes e outros imbecis não chamam de “delírio comunista”.