terça-feira, 9 de dezembro de 2008

CONTO 29

Saindo de casa, assim que botou o pé na calçada, avistou a morena bonita se aproximando. Decidiu inventar o que fazer até que ela passasse. Enquanto ela passava, ele olhou oblíqua e dissimuladamente, tentando não ser deselegante. Ela passou e ele continuou olhando, na certeza de que valera a pena demais ter esperado. Saindo para o trabalho, soube que poderia tranquilamente esperá-la todos os dias, pois não a amava.

APONTAMENTO 42

É preciso cuidar do encontro, pois o reencontro virá. Penso agora na jovem que me procura e diz querer minha ajuda porque tem escrito alguns textos. É a história que se repete. Tantas e tantas vezes já procurei professores (e ainda procuro) para que lessem originais meus. Cuidaram do encontro quando os procurei; hoje, somos amigos.

Por si só, acho bacana esse intercâmbio de textos. No caso da aluna que tem me procurado, há o alento de saber que uma garota de catorze ou quinze anos (não sei ao certo) tem se mostrado interessada em escrever. Já arriscou alguns textos, que estão num blog criado por ela – que ainda não ousou divulgá-lo para mais pessoas.

Quando comecei a mostrar meus escritos para os professores, não havia a praticidade dos blogs ou dos e-mails ou de um texto que pudesse ser digitado. Muitos foram datilografados. Anteriormente, noutros tantos, tentei caprichar na caligrafia. O que vale é que a essência da história é a mesma. A tecnologia como ferramenta para que a aventura, que se repete, recomece.