terça-feira, 26 de março de 2013

PAPA FRANCISCO

A postura aparentemente simpática e humilde do papa tem sido elogiada até por não católicos, apesar de ter sido divulgado que o padre teve proximidade com a ditadura argentina. Mas ainda é cedo para se julgar o trabalho dele.

À parte isso, os que o têm elogiado destacam o que parece ser um despojamento do pontífice: ele foi filmado aproximando-se de fiéis na Praça São Pedro; divulgou-se que, por enquanto, quer permanecer em residência simples; jardineiros e faxineiros do Vaticano assistiram a missa celebrada por ele.

Não li ninguém dizendo que a abordagem de Francisco pudesse ser, digamos, populista (se alguém disse isso, não tomei conhecimento). Partindo-se do pensamento de que ele não está fazendo um teatrinho ao se aproximar do povo ou ao passar a impressão de ter um estilo menos pomposo do que seus antecessores, ele estaria “simplesmente” fazendo o que se espera de um papa...

Dito de outra maneira, sempre levando-se em conta que as atitudes dele não são movidas por uma espécie de politicamente correto católico, Francisco estaria, quem sabe, tentando exercer um apostolado mais próximo daquilo que o catolicismo prega em palavras: uma vida simples, despojada.

Pode-se argumentar que esse despojamento papal seria uma das estratégias da igreja católica na tentativa de se estancar a debandada de fiéis que tem ocorrido. Se for esse o caso, ainda assim tal estratégia não deixa de ser acertada. Obviamente, não é o bastante: em julho, estrategicamente, o papa estará no Rio de Janeiro, na Jornada Mundial da Juventude.