Em postagem de ontem, intitulada Brincando durante a chuva, nas três imagens, usei a técnica conhecida como “zooming”. Também ontem, à noite, entusiasmado depois de ter feito as fotos da postagem mencionada, decidi me esbaldar com o “zooming”.
Fiquei pensando no assunto a ser fotografado. Fui à cozinha tomar água; foi então que tive a ideia de fotografar as chamas do fogão (coisa que já fiz, só que com a câmera em tripé, e sem usar o “zooming”). Nos cursos de fotografia que ministro, sempre digo que tanto o fogo quanto a água são dois grandes assuntos para a fotografia.
No caso das fotos deste álbum, haveria dos movimentos: as chamas tremeluzentes e o zum na lente da câmera. Se o “zooming” com o assunto principal em repouso já é imprevisível devido ao uso do zum da lente, fazendo com que ela se aproxime ou se afaste do assunto enquanto o obturador é apertado, as chamas bruxuleantes aumentariam a imprevisibilidade — o que tornou tudo mais animador. Há fotos em que há apenas uma chama acesa, e fotos em que há quatro.
Repito-me: a técnica não é o mais importante, mas para que serve o domínio dela se não nos divertirmos com o que fazemos, se não “avacalhamos” com o trabalho? O bom da técnica é fazer farra com ela, que existe para ser aplicada.
Aplicá-la é abrir novas possibilidades de expressão, é olhar para o mundo de modo inédito, é expandir o ato da criação. A técnica semeia novas ideias na cabeça da gente; uma cabeça, quando tem ideias, fica feliz.