sábado, 24 de maio de 2014

REAL CAMPEÃO

Torci pelo Atlético. Não por acompanhar de perto ou com fervor o futebol europeu: foi muito mais no astral de quem torce pelo time supostamente mais fraco. O empate do Real, já nos acréscimos do segundo tempo, foi uma hecatombe para o Atlético, que se desfez emocionalmente. No fim da prorrogação, também estava fisicamente moído. 

A-HA!

Tenho a impressão de que o A-Ha será ainda reconhecido como o que é: uma das grandes bandas do pop. Parece-me que às vezes são encarados como mais uma daquelas “boy bands” que assolam as FMs de vez em quando; não me parece ser o caso. O trio norueguês grudava, sim, nas rádios, mas suas canções mostravam que a música feita para tocar no rádio e render turnês pode ser deliciosa e se manter pulsante; não os vejo como modismo de estação. Com canções leves, melodiosas e interpretadas por um estupendo vocalista, o A-HA merece estar no panteão do pop. 

A LITERATURA SERVE PARA QUÊ?

Há aproximadamente quatro anos, Flavia Wagner foi sequestrada e mantida refém no Sudão por cento e cinco dias. Nesses momentos de angústia, ela conta, em emocionante relato, que um livro de García Márquez foi o que a manteve esperançosa. O texto, em inglês, está aqui

O VINIL DA PLEBE

Nunca fui dos que acham que o passado era melhor do que o presente. Ainda assim, ontem à noite, num bar, assim que recebi o cardápio, senti saudade: é que ele imitava um disco de vinil. De imediato, foi como se tivessem vindo à tona os milhares de vinis que manejei.

Com o cardápio em mãos, o que tomou conta de mim foi uma memória tátil. Revivi com exatidão o prazer que era pegar o LP, retirar com esmero o disco, segurá-lo, reparar nos sulcos, colocá-lo no prato e fazer com que a agulha despertasse a música. Depois, retirá-lo, inseri-lo novamente no fino plástico de proteção e guardá-lo para uma próxima audição. 

Enquanto eu manejava o cardápio do bar, ocorreu-me que algumas pessoas têm convivência tátil muito forte com livros. É que, segurando o cardápio, o que eu tive mesmo foi saudade de acariciar um vinil. Estou em casa agora. Ao mesmo tempo em que digito, tenho em mãos o LP “Nunca fomos tão brasileiros”, do Plebe Rude.