sábado, 24 de maio de 2014

O VINIL DA PLEBE

Nunca fui dos que acham que o passado era melhor do que o presente. Ainda assim, ontem à noite, num bar, assim que recebi o cardápio, senti saudade: é que ele imitava um disco de vinil. De imediato, foi como se tivessem vindo à tona os milhares de vinis que manejei.

Com o cardápio em mãos, o que tomou conta de mim foi uma memória tátil. Revivi com exatidão o prazer que era pegar o LP, retirar com esmero o disco, segurá-lo, reparar nos sulcos, colocá-lo no prato e fazer com que a agulha despertasse a música. Depois, retirá-lo, inseri-lo novamente no fino plástico de proteção e guardá-lo para uma próxima audição. 

Enquanto eu manejava o cardápio do bar, ocorreu-me que algumas pessoas têm convivência tátil muito forte com livros. É que, segurando o cardápio, o que eu tive mesmo foi saudade de acariciar um vinil. Estou em casa agora. Ao mesmo tempo em que digito, tenho em mãos o LP “Nunca fomos tão brasileiros”, do Plebe Rude. 

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