A carência em que Edna vive faz com que ela nunca saiba com exatidão que atitudes tomar. Está sempre indecisa quanto a sentimentos e ações. Se de repente se pega imensamente atraída, atribui a atração à carência, convencendo-se de que não fosse ela, a carência, não teria sentido a atração. Assim, Edna não se entrega. Acha injusto para com quem quer que seja se entregar por estar se sentindo carente. Não se entregando, não tem ninguém; não tendo ninguém, sente-se carente. Vive num círculo vicioso repleto de endríagos e íncubos.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
CONTO 22
Hélio e João Pedro; pai e filho. Mantiveram sempre um relacionamento frio. João Pedro, secretamente, acusava o pai de ser o culpado de sua triste infância. Hélio maltratava Mariana, a esposa. Com o filho, era frio. O grande sonho de João Pedro era fazer medicina. Quando se tornasse médico, levaria a mãe embora daquele mundo arcaico. O ranço quanto ao pai não dava trégua. No dia em que João Pedro, do quarto, pôde escutar o pai comentando ao telefone que caso o filho se tornasse médico ele seria o pai mais feliz do mundo, João Pedro decidiu com maior firmeza. Passou a estudar ainda mais, fez vestibular e se tornou arquiteto, para não conceder ao pai a alegria de ter um filho médico.
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FOTOPOEMA 26 / HAICAI 10
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