Das estratégias políticas, a chantagem é uma das mais baixas. Vinda do atual governo, é esperada. Paulo Guedes, que vinha se mantendo um tanto silencioso, se comparado com os demais ministros, começou a se manifestar, por saber que precisa ir a campo defender a hedionda reforma da previdência. Não demorou e foi logo chantageando: sem reforma da previdência, sem pagamentos dos servidores.
A chantagem dele inspirou empresários. Capitaneados por Flávio Rocha, dono da Riachuelo, e por Luciano Hang, dono da Havan, declararam: sem reforma da previdência, sem emprego. Hang já havia chantageado ou amedrontado seus funcionários durante a campanha para as últimas eleições.
Caso políticos e empresários a favor da reforma percebam que chantagens não estejam sendo eficazes, partirão para o WhatsApp, disseminando, novamente, notícias falsas, pois sabem que parte da população não confere a veracidade do que recebe no aplicativo; empresários e políticos sabem que as pessoas são tolamente crédulas. Aguardemos que item ou que mentira vai substituir a mamadeira de piroca.
Enquanto isso, hoje, estudantes da universidade Mackenzie, em São Paulo, não quiseram receber a visita do presidente, que, tendo sido informado dos protestos dos discentes, não foi ao local. Ontem, o ministro da economia não foi à Comissão de Constituição e Justiça. Todavia, não nos iludamos: esses políticos sabem o que fazem. Se há uma legião sectária e que não se dá o trabalho de buscar informação ou dados, é mais fácil chantagear, inventar inimigos, mentiras e ameaças.