sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FOTOPOEMA 211


(Este texto já havia sido publicado neste blogue, com o título de Poema malcriado. Mas quando vi a foto acima, a pose "desafiadora" do nosso amigo fez com que eu me lembrasse do texto. Decidi, então, uni-los.)

DEGUSTAÇÃO

Ela oferece para ele o pão de queijo novinho; na primeira mordida, a guloseima exala palatável fumaça. 
Ele diz:
— Isto está me cheirando a cantada...
Ela diz:
— Fique à vontade para saboreá-la...

FOTOPOEMA 210

LIVRO DE HAICAIS

Recentemente, comentei com um amigo que tudo o que eu havia escrito estava publicado em meios eletrônicos, e que os endereços de acesso aos textos estão no cabeçalho deste blogue.

Como o amigo já leu tudo o que escrevi, ele começou a fazer uma lista dos títulos. Quando mencionou o livro que continha haicais, é que me dei conta de que eu havia me esquecido de publicá-lo.

Não fosse pela conversa, creio que eu não me lembraria tão cedo de que eu havia escrito alguns haicais. Por isso, agradeço ao amigo pelo involuntário lembrete.

Caso queiram conferir o livro, gentileza clicar aqui.

Valeu.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

APONTAMENTO 126

Estou lendo “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. — pretendo voltar a falar sobre o livro, publicado pela Geração Editorial.

Enquanto eu percorria ainda as primeiras trinta páginas, um pensamento me ocorreu: é incrível como conseguimos sobreviver, apesar dos políticos, das autoridades e dos meios de comunicação que temos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SEIS DA MANHÃ

— Cadê o sono que estava aqui?
— Cachorro latiu...

domingo, 25 de dezembro de 2011

CAIU NA REDE (88)

Pessoas, está no ar a edição 88 do Caiu na Rede.

Valeu.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FOTOPOEMA 207

CAIU NA REDE (87)

Pessoas, está no ar a edição 87 do Caiu na Rede. Além de poder escutá-lo do modo tradicional, abaixo, há o vídeo da atração.

Valeu.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

NO RITMO

“Um ‘tuquim’ de gente”. Antigamente, era essa a expressão que se usava quando as pessoas se referiam a uma criança; em especial, crianças pequenas e mirradinhas. Quando entrei na sala de aula, havia um “toquinho” me aguardando.

Eu estava lá de modo improvisado, pois eu nunca havia sido professor dele. Requisitado para assumir, emergencialmente, a vaga deixada por uma professora, eu teria de aplicar a recuperação para os alunos do ensino fundamental, ensinando para eles a matéria da prova, que já havia sido elaborada pela professora que deixara as aulas.

Não sei se o garoto já estava ciente de que eu daria a aula de recuperação. Estando ou não, pareceu não estranhar quando cheguei. Perguntei a ele seu nome e expliquei que eu daria a aula de recuperação e corrigiria a prova.

Como o conteúdo era pouco, a explicação ocorreu rapidamente. Para me certificar de que ele entendera, apliquei breve exercício, que foi resolvido sem dificuldade. Terminada essa etapa, havia ainda alguns minutinhos disponíveis antes do término da aula.

Foi quando o garoto, distraidamente, começou a batucar sobre a mesa. Era a cadência do samba fluindo naturalmente das pequenas mãos. Sem que ele reparasse, continuei escutando. Depois que ele parou, comentei que ele é bom de ritmo. Ele riu levemente.

Perguntei então se ele toca algum instrumento. Disse que está fazendo aulas de cavaquinho. Fiquei surpreso. Perguntei a seguir o motivo pelo qual ele faz aulas de cavaquinho. “Porque eu gosto”, foi a resposta. Parei de fazer perguntas; alguns segundos depois, ele, absorto, voltou a batucar, dessa vez segurando duas canetas.

Quando ele parou, perguntei há quanto tempo ele está fazendo aulas de cavaquinho. “Seis meses”, disse ele; e completou: “Também estou aprendendo pandeiro”. Pensei comigo que o fato de ele estar aprendendo a manejar o pandeiro explica em parte os batuques distraídos em sala de aula.

Prosseguindo, eu disse a ele que no ano que vem serei professor dele. Adiantei que no futuro vou pedir a ele que leve o cavaquinho para a sala de aula, assegurando-lhe que levarei meu bongô, a fim de acompanhar o cavaquinho. Depois, perguntei para ele se ele conhecia bongô. Ele fez involuntário gesto percussivo, como se estivesse batucando num. Rindo, disse: “Conheço. O Jô Soares usa um”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

JORNADA NOITE ADENTRO


É verdade: somos aquele pobre cachorro que atravessa a rua alheio ao movimento dos carros que não se importariam se o vira-lata fosse atropelado. Quem poderia se importar é gente, pois carros não se importam. Portanto, no fim das contas, nem nada nem ninguém vai se importar com o alheamento ingênuo do cachorro. Carros não se importam com ninguém, e as pessoas estão preocupadas demais em chegar a lugar nenhum.

Mas somos como aquele pobre cachorro que não sabe do perigo que corre enquanto atravessa a rua cheia. Enquanto seguimos um caminho qualquer, podemos até acreditar de verdade que sabemos para onde estamos indo, mas a verdade é que entre mim, entre você e entre aquele cachorro que atravessa a rua existe algo em comum: nem eu nem você nem aquele cachorro temos noção do tamanho do risco que estamos correndo.

A gente caminha, a gente viaja, faz filho, trabalha, compra lote, escova os dentes, vai a shows, tem decepções, xinga o GPS, folheia a revista no consultório, finge que estuda para a prova, enfrenta fila no banco, baixa música, pragueja contra o domingo, estoura o limite do cartão, perde a paciência, chega atrasado para a cerimônia de encerramento do ano letivo da filha, que a gente nem sabe bem ao certo em que série está, tamanha a mudança na nomenclatura.

Mas, apesar da nossa pachorra, vida é movimento. E a gente se move, ainda que morrendo de preguiça. Vida é movimento, mesmo quando a gente leva tiro, mesmo quando a gente leva fora, mesmo quando a cerveja está quente. Ora a gente desafina, ora a gente cai no tom, sempre sem saber ao certo para onde o movimento está nos levando. Tal qual aquele cachorro.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

APONTAMENTO 125

A tecnologia é tanta que estão miniaturizando também a inteligência...

AO RIO

Eu rio de janeiro
a dezembro.

FOTOPOEMA 206


POEMA MALCRIADO

O que você cria quando está à mesa?
O que você cria quando está triste?
O que você cria quando está no banho?
O que você cria quando está cansado?
O que você cria quando está na boate?

O que você cria na multidão?
E na guerra?
E no sonho?
E na escola?
E na cozinha?

O que você cria na tela?
O que você cria no escuro?
O que você cria na raiva?
O que você cria na viagem?
O que você cria sem grana?

O que você cria quando Elis Regina canta?
O que você cria diante da simplicidade?
O que você cria ao voltar para casa?
O que você cria quando foge?
O que você cria para chamar a atenção dela?

O que você cria quando é de graça?
O que você cria quando é carnaval?
O que você cria quando é amor?
O que você cria quando é câncer?
O que você cria quando é frio?

O dia amanhece.
O dia acaba.
O dia começa.
O dia termina.
O que você cria?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

CAIU NA REDE (86)

Pessoas, está no ar a edição 86 do Caiu na Rede.

Valeu.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BELICOSO

Em discurso pomposo,
alegando o bem do país,
o governo anunciou 
que os soldados irão para a guerra. 
A namorada, triste e alheia, 
pensa é no bem do rapaz.

FOTOPOEMA 203