quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

FOTOGRAFIA: EQUIPAMENTO NÃO É TUDO — MAS AJUDA


Eu já escrevi que a sensibilidade e o olhar são mais importantes do que o equipamento quando se trata de fotografar. Mas seria bobagem dizer que o equipamento não ajuda. A fim de ilustrar a questão, imagine estas duas situações: uma pessoa com um baita equipamento, e que não tenha o tino para fotografar; uma outra pessoa com um equipamento inferior, mas que tenha o talento para a fotografia.

Dependendo do que forem fotografar, aquele com o equipamento inferior terá uma foto “melhor” (digito entre aspas porque “melhor” pode ser questão de preferência). Em contrapartida, dependendo do que forem fotografar, só um equipamento apropriado permitiria a feitura da imagem. Num mundo ideal, o talento e o equipamento estarão juntos. Mas o mundo nem sempre é um lugar ideal...

Quando a fotografia é um “hobby” e a pessoa é iniciante, é natural que ela se pergunte qual a melhor lente, qual a melhor câmera... Só depois a gente aprende que não há a melhor lente nem a melhor câmera: depende do que se vai fotografar, depende do que se quer com a fotografia. Só que quando somos iniciantes, ainda não desenvolvemos preferências, gostos... Ainda não educamos nosso olhar para um determinado tipo de fotografia.

Caso se trate de alguém que queira começar profissionalmente na fotografia, é natural que essa pessoa já compre um equipamento que permita a ela fazer o tipo de foto com que ela pretende lucrar. Mas e no caso daquele que pretender ter a fotografia como “hobby”?...

Busque a informação. Não somente pela internet: converse com fotógrafos, pergunte. Quando a pessoa é iniciante e me pede opinião, geralmente indico uma das compactas que há no mercado. Para o iniciante, a vantagem delas é permitir a ele ter uma ideia do que é fazer uma série diversificada de fotos: o macro delas é muito bom (a que uso, por exemplo, permite que, literalmente, encostemos a lente no assunto a ser fotografado) e a extensão focal da lente é longa o bastante para se fotografar, por exemplo, aves.

Ora, se o macro é excelente e a extensão focal é longa o bastante, tem-se, pois, a impressão de que as compactas reuniriam tudo aquilo de que alguém precisaria para fazer quase qualquer tipo de foto. A resposta é: sim e não...

Para quem não tem interesse em produzir registros profissionais, as compactas são mais do que o bastante. Além do mais, algumas delas têm a opção de se tirar fotos em RAW, que é superior ao JPEG. Se for adquirir uma compacta, prefira uma que fotografe em RAW, e que tenha a opção de fotografar no manual.

Entretanto, elas geralmente têm uma qualidade ótica inferior, foco mais lento (o que deixa o fotógrafo na mão quando ele precisa de rapidez), muito “ruído” quando o ISO está alto e uma extensa lista de detalhes que não comentarei aqui, por não ser a intenção do texto. Mas repito: se seu objetivo não for produzir imagens de nível profissional, as compactas são uma bela aquisição. Com sensibilidade e conhecimento técnico, belas imagens podem ser produzidas com tais câmeras.

Contudo, se o seu desejo é produzir imagens de nível profissional, ainda que como “hobby”, uma semiprofissional (ou mesmo uma profissional) é a melhor compra. A desvantagem delas é que temos de comprar uma série de itens para que extraiamos delas tudo o que elas podem oferecer: lentes, “flash”, cabo disparador, cabo para o “flash”...

Com as semiprofissionais ou superiores (ambas conhecidas como DSLR), há a possibilidade de se trocar a lente. Assim, nesse caso, não existe uma lente “melhor”: existem lentes adequadas para determinado assunto: para a fotografia de assuntos menores (insetos, detalhes das coisas), uma lente macro; para a fotografia de aves e assuntos distantes, uma lente de longa extensão focal; para a fotografia de eventos, uma lente que tenha ao mesmo tempo uma grande angular legal e uma extensão focal razoável... (Assim, no caso das DSLR, é bom que a pessoa tenha em mente que tipo de foto ela pretende fazer em sua maioria. Se ela ainda não sabe, seria bom começar com uma compacta.)

Caso se decida por fotos de aves, por exemplo, o próximo passo é escolher que lente cabe em seu orçamento. As DSLR têm custo mais elevado, e há ainda os acessórios que podem ser acoplados nelas. A não ser que você tenha a grana para comprar tudo de uma vez, muitas vezes a solução é ir adquirindo os produtos aos poucos. Se a grana é curta, pesquise uma DSLR que caiba no bolso e uma lente que atenderia ao tipo de foto que você pensa em fazer.

Se me perguntassem, eu diria que fotografar com uma DSLR é muito melhor do que fotografar com uma compacta. Mas repito — sem querer “iludir”: é possível fazer imagens louváveis com uma compacta. Digo sem empáfia tola: há fotos minhas à venda em banco de imagens que foram tiradas com uma compacta.

A título de curiosidade, decidi inserir estas duas fotos nesta postagem: uma delas foi tirada com uma compacta; a outra, com uma DSLR. A intenção é mostrar que não há diferença de qualidade gritante. A grande diferença, a gente a sente no ato de fotografar.

Que este texto tenha sido útil. Tentei não soar técnico demais; espero ter conseguido isso, bem como espero ter sido claro. Em caso de dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato. Valeu.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

FOTOPOEMA 308

ÁGUAS

Sou muito repetitivo. Exatamente por isso, repito: a água é um grande assunto para a fotografia.

Há alguns dias, postei fotos em que há água corrente; são imagens de longa exposição. Conforme comentei, a intenção era causar o que chamam de efeito “leitoso” na água; esse efeito é também chamado de “véu de noiva” — em especial quando se trata de foto de cachoeira.

A técnica não é o mais importante na fotografia. Entretanto, ela é útil para que o fotógrafo possa concretizar aquilo que é sua intenção. A técnica permite a realização do que a sensibilidade ou o pensamento pretendem. O equipamento também ajuda (mas isso é assunto para outra postagem).

Estas fotos foram feitas hoje, um pouco antes das 17h, enquanto chovia por aqui. Minha intenção era “congelar” o movimento da água da chuva que batia na beirada do telhado. Para isso, é necessário usar o que em fotografia se chama de velocidade alta.

Na “foto 1” (cada foto tem seu número sobre ela), usei a velocidade de 1/3200. Isso significa 1 segundo dividido por 3.200. Tente imaginar o intervalo de um segundo dividido por 3.200. Esse tempo ínfimo foi a “duração” da “foto 1”; foi o tempo que a luz teve para chegar ao sensor da câmera.

Como a “duração” da imagem foi mínima, usei, nas três imagens, um “flash” acoplado ao equipamento para compensar a pouca luz; o dia estava nublado e eu estava dentro de casa, próximo à janela da cozinha, quando tirei as fotos. Além do mais, a luz do “flash” também ajuda a “congelar” o movimento. Por fim, a pouca luz se devia também à velocidade alta.

Antes mesmo de realizar as fotos, eu tinha em mente o que fazer. Os registros já haviam sido concebidos em pensamento antes de o obturador ser apertado. É nesse sentido que a técnica é uma aliada, embora dela não devamos ser escravos. A sensibilidade, o olhar e o nosso modo de enxergar o mundo, as coisas, as pessoas e a nós mesmos é mais importante.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

BOBAGEM



Pessoas, eis a canção “Bobagem”, uma parceria entre mim e a Lizandra.

O primeiro contato que tive com o trabalho dela foi num festival de músicas inéditas realizado aqui em Patos de Minas. Na ocasião, ela estava acompanhada pela irmã, Andressa.

Depois, eu e a Lizandra passamos a manter contato via internet. Certa vez, tive a oportunidade de conferir apresentação dela e do Xande (Alexandre Soares) num bar local. Ele, guitarra; ela, voz e violão. Trocamos algumas palavras, mas nada dissemos sobre uma possível parceria musical.

Um dia desses, propus a ela, na maior cara de pau, que tentássemos compor algo. Ela topou na hora. Enviei a letra e ela a musicou. O áudio está nesta postagem, bem como a letra.

Para mim, foi um privilégio ter algo meu musicado por ela. A você, Lizandra, muito obrigado pela oportunidade. Valeu muito.

LETRA DE MÚSICA (36)

Uma canção não é só a história que ela conta.
Numa canção pode haver a nossa história,
a história deles e a história de tantos outros.
Numa canção, eu canto e danço a nossa história.
Uma canção é memória, é som e sonho.
Não foi feita para nós, mas nossa se tornou porque
nela compusemos lembranças, desejos e acordes.
É nossa porque criamos algo nosso em nossa trilha.

WALT WHITMAN

Qualquer aspecto negativo pode ser tema para a arte. O livro “As relações perigosas” depõe contra o gênero humano, ao revelar a sordidez de que somos capazes; nem por isso deixa de ser uma obra magistral. Em contrapartida, a alegria ou qualquer outro aspecto positivo também é material para a arte.

Gosto muito daquela ideia do Whitman de agregar a humanidade. Aquela ideia de que não importa quem você seja ou de onde você venha, você é gente como eu. Não importa sua grana, não importa a cor de sua pele, não importa seu emprego, não importa se nunca vi você. Paira em Whitman algo assim: somos gente; quem sabe a gente pode trocar uma ideia?... É a literatura da ideal sintonia entre nós, apesar da falta de sintonia a imperar em toda parte.

Se por um lado há algo de genuinamente estadunidense na obra do poeta, por outro, há um tom universal que conclama a uma unidade e a nos vermos, todos nós, como integrantes de um só povo ou de uma só espécie, compartilhando uma jornada. A ideia é simples, e na pena do poeta, emocionante e nobre.

MAMORÉ x URT

Ontem, tive a oportunidade, pela primeira vez, de fotografar uma partida de futebol à beira do gramado. Eu não tinha nem ideia da dimensão exata do gol, acostumado a assistir aos jogos nas arquibancadas. E foi muito bom acompanhar os bastidores da partida mais de perto. Levei minha câmera. Além dela, uma que me foi emprestada pelo Jhereh, a quem devo agradecer muito. Ele também deixou comigo uma lente 500mm e uma olho de peixe. Valeu demais, Jhereh. Por fim, agradeço demais também ao fotógrafo José Olímpio, pela assessoria dentro do estádio. A partida foi realizada em Patos de Minas/MG.




























PASSEIO NO CERRADO














APONTAMENTO 174

Quando a gente cria, a gente vem à tona; quando a gente vem à tona, a gente se renova; quando a gente se renova, voltamos felizes para o fundo — de onde jubilosos sairemos quando novamente criarmos. Criar é ter paz e assenhorar-se de si.

FOTOPOEMA 307

FOTOPOEMA 306