Eduardo estava preocupado: era capaz de sentir tesão por praticamente qualquer mulher – desde que ela não tirasse a roupa. Se tirasse, que fosse no escuro. Não fazia questão de que elas usassem saias ou vestidos – fazia questão de que estivessem vestidas. Como argumento, dizia que nenhuma mulher, por mais perfeita que parecesse ser enquanto estivesse vestida, é sensual após tirar a roupa. Entretanto, no fundo, julgava haver algo errado com ele. Certo dia, conheceu Celma, que não gostava de tirar a roupa quando ia fazer amor. A relação malogrou porque Eduardo não intuiu que o maior e quase inconsciente desejo de Celma era o de que alguém, forçada e rudemente, arrancasse-lhe as roupas na hora do sexo.