terça-feira, 14 de dezembro de 2010

FUTEBOL (9)


Não sei nada sobre o regulamento do mundial de clubes, que está sendo realizado nos Emirados Árabes. Contudo, há meses, tenho escutado notícias e debates sobre uma final entre o Inter do Brasil e o Inter da Itália.

Eu não sabia da existência do Mazembe, que é um tipo do Congo, na África. Acompanhei o jogo pela TV, cujos comentaristas usaram a palavra “vexame” para se referir à atuação do Inter. Agora, num portal de internet, há a manchete: “Inter dá vexame, perde para Mazembe e vê ruir o sonho do bi”. Um outro comentarista, mais hiperbólico, asseverou, na TV, que a derrota do Inter é uma das maiores zebras do futebol mundial.

É verdade que o Inter não jogou tudo o que sabe. Contudo, o time africano não jogou mal. Sei que os comentaristas alegam tradição, peso da camisa e afins, mas em campo não houve diferença gritante entre os times. Levando-se em conta o que imprensa e meios de comunicação disseram, fica-se com a impressão de que o Mazembe poderia ser derrotado por qualquer time de qualquer empresa numa pelada de confraternização de fim de ano.

Teriam os jogadores do Inter, no fundo, entrado em campo pensando que a partida já estava ganha?... Enquanto eu digitava este texto, uma repórter entrevistava um jogador do Inter. No fim, ela usou a palavra “surpresa”, referindo-se ao resultado do jogo. Contudo, se considerarmos apenas o jogo de hoje, não houve vexame do Inter, mas, sim, competência do Mazembe.

A lição é velha, mas não é aprendida: a tradição e o peso da camisa não ganham uma partida. Às vezes, nem a superioridade dos jogadores de um time garante a eles a vitória. Análises técnicas e táticas podem dar conta de uma parte da resposta, mas não explicam tudo.

O Inter do Brasil volta a jogar no sábado. O Inter da Itália joga amanhã. Se perder, disputa contra o Inter do Brasil o terceiro lugar do torneio. Caso isso ocorra, terá a imprensa, de certo modo, “previsto” um confronto entre os dois times.