terça-feira, 28 de março de 2017

Por dentro

Primeiro ela me levou para dentro da casa.
Depois ela me levou para dentro dela.
Não quero mais quero sair de dentros.

Primeiro ela abriu a porta da casa.
Depois ela se abriu.
Não me entristece mais o sabor de foras. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Poemas de minha autoria em prova da UFU


A UFU, Universidade Federal de Uberlândia, tem a chamada prova de portador de diploma. Ela é aplicada para quem já tem uma graduação e quer fazer outra graduação em área similar.

Recebo informação de que três poemas de meu penúltimo livro, o Dislexias, fizeram parte da mais recente prova de literatura da prova de portador de diploma. Nesta postagem, foto da página da prova em que há a questão que contém meus poemas. Abaixo, a transcrição dela.
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Questão 01

Texto I

Casou-se numa bela
manhã de sábado. 
Estava linda. 
Há coisas de meses, 
nem suspeitava de que 
casar-se-ia 
de fel e grinalda.

MEDEIROS. Lívio Soares de. Dislexias. Lisboa. Chiado. P. 25.

Texto II

Passar a matéria 
no quadro ou não? 
Eis o giz da questão.

MEDEIROS. Lívio Soares de. Dislexias. Lisboa. Chiado. P. 37.

Texto III

O envolvimento com a leitura, 
a busca pelas palavras, 
as tentativas de publicação. 

Serei olvido.

MEDEIROS. Lívio Soares de. Dislexias. Lisboa. Chiado. P. 42.

Considerando a leitura dos poemas (textos I, II e III) e seus recursos estilísticos, pode-se afirmar que

A) a ironia perpassa os poemas e revela o desencanto do eu lírico.
B) a aliteração dá, em cada poema, nova roupagem a expressões populares.
C) o eufemismo renova a experiência estética do leitor em cada poema.
D) o trocadilho dá fundamento ao entendimento de cada poema. 

Sem tempo e sem lugar

Diante de ti, vivo em um não tempo,
em um não lugar que é onde estou.
Vivo o tempo e o lugar da beleza.
Nesse tempo, não há convenção,
esse lugar não tem endereço.
Há o apenas ser diante de ti,
que apaga toda a noção do que
há ao redor, fazendo com que
a realidade seja o que há em mim
quando eu estou diante de ti.
Não há lugar, não há tempo.
Há meu corpo e teu corpo,
numa dimensão outra que é
a dimensão da beleza de dois
corpos que se unem para amar. 

domingo, 26 de março de 2017

Em gesto

As coisas não ditas dariam livro.
As coisas não feitas dariam vida.
Eu poderia escrever um novo “Tabacaria”.
Não há como, pois não sou um novo Álvaro de Campos.

Meu não realizado não se realizará num poema.
O não dito que daria livro,
o não feito que daria vida,
eu sou pleno deles.

Não tenho um “Tabacaria” em meu passado,
não tenho uma vida rica em meu currículo.
Meus sonhos e devaneios não me redimem.
O que fica de mim é a memória, não a quimera. 
O que em mim é ato é feito de pequenos gestos.
São eles o meu legado. 

quinta-feira, 23 de março de 2017

"Esperando Godot"

O sentimento é de quase pena dos personagens quando se lê “Esperando Godot”, do Samuel Beckett. Não conseguem sair do emaranhado em que estão. A espera deles por Godot, no antienredo de Beckett, é o que define o destino deles. Calharam de estar juntos, mas nem sabem o que isso significa, se é que significa algo, nem sabem o que fazer com isso. Há um desespero, uma angústia de que se dão conta turvamente, mas que manifestam.

“Não somos feitos para a mesma estrada” [1], Estragon diz para Vladimir em determinado momento. Uma estrada inócua, improdutiva. A despeito disso, prosseguem, levando uma existência impotente. Enquanto os personagens esperam, ficam inventando o que fazer, mantendo diálogos em que tanto faz cogitar o suicídio, falar sobre sapatos ou mencionar Godot. Não há hierarquia de assuntos nos diálogos. Para eles, uma observação prosaica ou uma reflexão de cunho filosófico têm o mesmo peso. Os diálogos são expressão de abobamento e de desespero, um desespero de que os personagens não se dão conta com nitidez, embora consigam intuí-lo.

Outra fala de Estragon: “Estamos sempre achando alguma coisa, não é, Didi, para dar a impressão de que existimos?” [2]. Quer-se dar um sentido à existência, mas fora desse desejo não há nada que ajude os personagens a acharem algum senso na absurdidade da vida que levam enquanto estão esperando Godot. Estragon quer ter a impressão de que existe. Depois, é a vez de Vladimir:

“O certo é que o tempo custa a passar, nestas circunstâncias, e nos força a preenchê-lo com maquinações que, como dizer, que podem, à primeira vista, parecer razoáveis, mas às quais estamos habituados. Você dirá: talvez seja para impedir que nosso entendimento sucumba. Tem toda razão. Mas já não estaria ele perdido na noite eterna e sombria dos abismos sem fim?” [3].

Eles maquinam, cogitam, tentam, mas o que rege a existência é a espera por Godot. A espera é estúpida, as vidas deles são estúpidas, o que fazem durante a espera é estúpido. Em toda essa estupidez, há um desespero, uma angústia de que se dão conta com clareza fugidia, mas que expressam. É desolador acompanhar os personagens enquanto tentam tirar do vazio a existência sem sentido que levam. Terminada a leitura, e, suponho, em maior intensidade, a peça, leitores e espectadores olham para si mesmos quase que com a mesa pena com que olham para os que esperam Godot.
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[1] BECKET, Samuel. Esperando Godot. Tradução e prefácio de Fábio de Souza Andrade. São Paulo. Cosac Naify. 2005. Pág. 107.

[2] Idem. Pág. 138.

[3] Ibidem. Pág. 161. 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Movente

Tu és poesia
que move,
que se move,
que me move.

Tu és poesia
que comove,
que se comove,
que me comove.

Movida e comovida,
movendo e comovendo,
tu me comoves,
tu moves meu verso. 

Partida entre Atlético/MG e Flamengo é comentada no jornal The Guardian

Não é segredo que sou torcedor do Cruzeiro. À parte isso, tenho interesse pela história do futebol, além de não me deixar levar por babaquices de parte de torcedores, que desvirtuam não só o ato de torcer, mas também a convivência com quem é apaixonado pelo time rival. Desse modo, caso decida comentar esta postagem, gentileza se valer de tom civilizado e sem entusiasmos desarrazoados.
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A edição de hoje do jornal inglês The Guardian responde a um leitor que pergunta sobre a partida entre Flamengo e Atlético/MG, em 1981; o jogo era válido pela Libertadores. Por aqui, a história é bem conhecida: José Roberto Wright, o árbitro, foi, pouco a pouco, demolindo o time do Atlético.

Esse jogo, de fato, é uma vergonha. Se, por um lado, o Atlético tinha um baita time, o do Flamengo também era. O Flamengo não precisaria da ajuda do árbitro para superar a equipe mineira, que, por sua vez, era um dos poucos times que podia jogar de igual para igual contra aquele time do Flamengo. As duas equipes tinham brilhos similares.

Tudo é muito turvo, muito suspeito. É quase impossível não supor ter havido interesse de alguém em que o Flamengo saísse vitorioso, não importa como. A moral ou o moral não dão a vitória para ninguém, mas o vencedor moral dessa partida é o Atlético. 

terça-feira, 21 de março de 2017

Convivência

Quando o poema emperra,
não insisto.
Não insistir 
não é largar o poema.
Posso ir à padaria,
tomar banho,
escutar música.
Não acabado,
o poema está comigo.
Eu o rumino,
finjo que não penso nele,
faço de contas que o esqueci.
Se houver acordo, 
o poema será material.
Se não, um aperto de mãos.
Acharei outras palavras.
Ele achará outro escrevente. 

Dois

Eu sou um corpo que ama.
Tu és um corpo que ama.
Quando meu corpo te ama,
quando teu corpo me ama,
somos um corpo que ama. 

M, s, c, n, p, f

Mudou uma letra.
Da morte, 
fez a sorte.
Mudou de novo:
fez a corte,
fez o corte.
Foi quando 
mudou-se:
foi para
o norte.
E lá,
com porte,
tornou-se
forte. 

Matemática amorosa

666.
999.

69.
69.
69. 

Ao vivo

Para a musa, 
poesia ao vivo.

Para a musa, 
vivo poesia.

Para a musa,
viva a poesia.

Para a musa,
vive a poesia.

A musa para:
poesia viva. 

Já leu meu novo livro?...

segunda-feira, 20 de março de 2017

Incidência

Quem é o autor dessa coincidência 
que me faz ficar bem sempre que
você está por perto?

Se descubro quem é,
aproveito e pergunto a ele o que fazer 
para que a coincidência nunca deixe de incidir. 

À risca

Não seguem tudo à risca
o homem da corda bamba quando passeia sobre um risco,
Usain Bolt quando flutua entre dois riscos,
o jogador quando inventa dentro de quatro riscos.

Qual é teu risco? 

sexta-feira, 17 de março de 2017

Presença

Tu me levas 
em tua dor que achas gostosa.
Tu me levas 
em tua umidade que sei gostosa.

O amor,
que não fica para depois,
fica depois. 

Cio

Teu cio me chama,
me esquenta, 
me desponta.

Conheço teu cio.
Dele, sei o cheiro e o sabor.
Eu me embrenho em teu cio.

De corpos unidos,
proferindo amor,
somos animais ciosos. 

Amor de Palavra à venda

quarta-feira, 15 de março de 2017

Livros à venda

Exemplares de meu mais recente livro, Amor de Palavra, já estão à venda na RR, Renato Representações, que fica no prédio da Rádio Clube, na Olegário Maciel 405.

Caso se interesse, há também exemplares do Dislexias, meu livro anterior. 

terça-feira, 14 de março de 2017

Exortação

Não entendo mesmo esse pessoal que anda querendo se aposentar jovenzinho. No mínimo, isso é egoísmo. Coisa de gente que só pensa em si, sem dar a mínima para o país. Detesto quem não se importa com a terra onde nasceu. Do que o Brasil precisa para dar o salto definitivo rumo ao progresso é de gente que assume o dever de trabalhar não para si, mas para os outros, para o país.

Eu me aposentei aos cinquenta e cinco anos, não contribuí com o que estou exigindo dos brasileiros, mas estou aqui apresentando o que é a solução para meu querido país, e para que a solução seja implementada, preciso da ajuda dos brasileiros que de fato vestem as cores do país, não tendo medo de assumir que não têm preguiça, que estão a fim de trabalhar para que sejamos um país desenvolvido, cônscio de que é necessário que trabalhemos muito para que sejamos grandes como merecemos ser.

Sou um homem de família. Tenho esposa, que é bela, recatada e do lar. Tenho filho pequeno. Sou um estadista, um homem responsável. Sei usar a mesóclise corretamente. Sou respeitado dentre meus pares, sou admirado pelo homem que sempre fui e pelo estadista que estou sendo. Tenho a consciência tranquila de que meu nome ficará na história como aquele que deu ao Brasil uma nova mentalidade, uma mentalidade progressista, em sintonia com novos tempos, apta a traçar para os futuros brasileiros um caminho próspero e rico.

Não entendo essas pessoas que dizem ser preciso trabalhar menos para que se possa desenvolver os potenciais de cada um. Ora, o potencial de cada um somente pode ser desenvolvido quando o ser mergulha integral e honestamente na vida em sociedade. É a sociedade que merece a dedicação total do ser. Quando digo a sociedade, eu me refiro ao Brasil. Os planos pessoais, os talentos pessoais e até alguma suposta genialidade são pequenos diante da grandeza que é fazer algum esforço pelo país.

Reparem: eu disse algum esforço. Com a proposta de novas regras para a aposentadoria, nem estou pedindo muito. Estou pedindo o mínimo que um brasileiro digno e verdadeiramente preocupado com o país pode fazer para que em uníssono, num todo coeso, vibrante e preocupado com o futuro, possamos trilhar um caminho de trabalho coletivo.

Povo do meu amado Brasil, vamos trabalhar juntos para que a nação seja grande. Não escutem aqueles que dizem ser impossível o desenvolvimento pleno do ser por causa das regras de aposentadoria que estou propondo. Isso é lorota de vagabundo que não está a fim de trabalhar. Tenho certeza de que o Brasil não é terra de vagabundos. Somos um povo trabalhador. Por isso mesmo, sei que, ao final, o Brasil vai me dar razão. É preciso trabalhar, meu povo. Vamos arregaçar as mangas, brasileiros! Lá fora há todo um país a ser construído. Conto com vocês. Muito obrigado.

Assinado: presidente Miguel Tener 

segunda-feira, 13 de março de 2017

Pedro foi à montanha procurar a namorada. Ao chegar, ela não estava mais lá. 

Shakespeare e Rosa

Ser ou
não ser:
eis o sertão. 

Conto 92

José Augusto ouvira dizer que as mulheres, quando interessadas no tamanho do pênis, reparam no pé ou no sapato, devido à história de que o tamanho do pé denunciaria o tamanho do pênis: se o pé é grande, grande é o pênis. Foi só saber disso que José Augusto passou a usar sapatos com números maiores do que o que ele usava. Quando Maria Augusta viu o pênis de José Augusto, parou de pegar no pé dele. 

sábado, 11 de março de 2017

Discurso

Ontem, durante lançamento de meu livro, eu leria um discurso. Na hora, eu o achei longo para a ocasião; acabei não o lendo. Ei-lo.
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Nos últimos dias, fiquei pensando sobre se eu faria ou não um discurso aqui, nesta noite. A princípio, minha intenção era agradecer às várias pessoas que me ajudaram. Só que, com o passar dos dias, senti a necessidade de não somente agradecer, mas também de dizer algumas outras palavras. Este primeiro parágrafo evidencia que a vontade de dizer mais palavras além dos agradecimentos prevaleceu.

Recentemente, tenho pensado no óbvio e em como lidamos com ele. Calar o óbvio é um modo de lidar com ele, mas não é esse o modo que tenho escolhido quanto ao que sinto, ao que penso, ao que me ocorre, às impressões que me visitam. A partir do momento em que decido não me calar, há algo sobre o que não posso deixar de refletir: na maioria das vezes, o problema não está no óbvio em si, mas no modo como o expressamos.

Existem óbvios que não enxergamos. Esse paradoxo precisa ser levado em conta, e penso que a literatura tem o potencial de se sair bem ao se deter no óbvio, seja nos fazendo enxergá-lo a partir de ângulo inédito, seja fazendo com que enxerguemos algo que é óbvio mas que não era percebido por nós. Todavia, minha intenção neste momento não é tentar fazer literatura. Quero dizer coisas óbvias, mas sem fazer com que soem como se eu estivesse com a intenção de soar como literato.

Sempre digo que somos maus leitores do outro. Há desvantagens em não sabermos ler o outro, pois isso, não raro, leva à incompreensão. Contudo, há também algumas vantagens em não sabermos compreender o outro em totalidade, mesmo ele se denunciando o tempo todo (todo mundo se denuncia o tempo todo). Afinal, seria constrangedor se o outro pudesse deduzir tudo o que somos, não importa o grau de convivência que esse outro tivesse com a gente. 

Por um lado, houvesse alguém capaz de ler a plenitude do que somos, isso poderia gerar situações embaraçosas; por outro, é preciso que saibamos ler o outro quando não há obviedade nas ações dele. Uma pessoa que rega plantas diz muito de si; alguém que chuta um vira-lata desnutrido diz muito de si.

Essas questões acabam me levando a esta pergunta: o que alguém que se dedica a escrever diz de si? É claro que não posso dar uma resposta que valha para todas as pessoas que se dedicam à escrita. Vou oferecer uma resposta profundamente parcial e individual para o questionamento do que quero dizer ao me dedicar ao ato de escrever. Esse ato, por si, não precisa de justificativa nem de explicação, bem sei. A literatura não precisa se justificar nem se explicar. Ela precisa ser... escrita. O resto é com os leitores.

Mesmo assim, permitam-me algumas coisas que podem soar muito óbvias. Tenho consciência disso. Se as digo, não é por considerar vocês péssimos leitores do outro, que, neste momento, sou eu, mas por acreditar que o óbvio precisa ser dito. Eu o digo agora, em forma de discurso. Relevem se eu soar muito... óbvio.

Escrevo por acreditar na rebeldia. Escrevo por acreditar na beleza e na inteligência. Por acreditar que o espírito humano tem potencial para ser nobre. Não tenho ingenuidade; sei que somos capazes de atrocidades (a própria literatura mostra isso), que somos fracos, mesquinhos, mentirosos, preguiçosos, interesseiros, ingratos, bobos, maldosos. Em contrapartida, a literatura é uma possibilidade de acessarmos algo em nós que é elevado e bonito.

Escrevo por acreditar que o ser humano tem o dom de aprender, de melhorar, de se lapidar, de se redimir. Podemos seguir vida afora sendo os mesmos seres limitados de sempre, mas a profunda e dedicada convivência com a literatura, seja como leitor, seja como escritor, pode fazer nascer um denso e sólido senso de humanidade. Ao escrever, quero me humanizar, ao mesmo tempo em que, não nego, quero humanizar o outro.

Escrevo por acreditar no encontro. Distantes no tempo e no espaço, escritor e leitor realizam encontro por intermédio da palavra. Ninguém quer ir mulambento ao encontro do bem-querer. O escritor que leva a sério seu ofício se prepara para o leitor,  embeleza-se para ele. As palavras de alguém que se entrega ao ato da escrita são o melhor que esse alguém pode oferecer ao outro, nesse encontro bonito entre escritor e leitor, a despeito do que o leitor possa pensar das palavras que lhe estão sendo ofertadas. Sim, escrever é uma oferta. Seria hipocrisia minha eu dizer que me é indiferente se o leitor está embelezado ou não para receber a oferenda. 

Escrevo porque é preciso ter esperança, é preciso fugir da barbárie. Escrevo para tentar me disciplinar. Num rasgo de honestidade, é forçoso que eu diga: escrevo porque quero ser amado. Quero ser amado porque sei o que é amar as palavras de tantos que tenho lido durante minha vida. Sei de minha pretensão, mas avisei há pouco haver aqui um momento de honestidade.

Por fim, no que pode muito bem ser delírio quixotesco, escrevo na esperança de deixar um legado. Reconheço haver um quê de vaidade boba nesse desejo de haver algo meu entre vocês. Em contrapartida, asseguro que há algo maior nessa vontade. É que eu sou melhor diante da beleza. Se me sinto com alguma capacidade de produzi-la, não posso deixar de tentar melhorar supostos leitores. Não ao modo de quem oferta sabedoria ou conselhos, mas à maneira de quem, tocado pelo belo, quer que outros o sintam.

Muito obrigado.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Entrevista para a Clube FM

Gororoba

A mulher bate panela.
O presidente diz que 
a mulher participa da economia,
identificando “flutuações econômicas 
no orçamento doméstico”.
Preparado em banho-maria,
o golpe está servido. 

Entrevista

Neste áudio, sou entrevistado pelo escritor e professor Luís André Nepomuceno. Falamos de meu mais recente livro, Amor de Palavra, que será lançado amanhã (10/03), bem como de outros assuntos.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Sobre a musa

Não preciso de musa para escrever.
Eu escreveria sem musa.
Mas tu és musa quando escrevo.
Mas não só.

Tu és musa quando leio e quero compartilhar contigo,
quando aparo a barba,
quando compro roupa nova,
quando escovo os dentes,
quando escuto uma canção,
quando o jogo de futebol começa,
quando há um filme,
quando tomo banho,
compro livro,
dirijo com cuidado,
capricho na caligrafia,
não me esqueço de tomar água,
não desisto,
espano a preguiça,
conto uma piada,
fotografo,
acordo,
como pamonha frita,
estou no cerrado,
tenho uma ideia, 
escuto Marisa Monte.

Não preciso de musa.
Mas sei que, antes de desembocar em palavra,
tu inspiras vida. 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Livro à venda

Pessoas, a versão digital e a versão em papel de meu mais recente livro, Amor de Palavra, já estão à venda no site da Chiado Editora. Em breve, o livro estará à venda nas livrarias do Brasil também.

Para já adquirir o livro, basta clicar aqui

Convite

É nesta sexta. Bora nessa?...


domingo, 5 de março de 2017

Meteorologia

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Amor corpo adentro.