quinta-feira, 14 de maio de 2015

GENTIL MOTOR

A letra da canção diz: “Ando tão à flor da pele / Qualquer beijo de novela / Me faz chorar”. Há pouco, o trecho me veio à mente em virtude de gentileza por que passei: a via que dá acesso a meu trabalho é estreita (e sem iluminação). Devido à atuação das empresas que há na área, o trânsito de caminhões é intenso.

Vindo para o trabalho, há mais ou menos uma hora, entrei na tal via. Um pouco adiante, uma carreta. Devido à estreiteza do caminho, preferi não arriscar ultrapassagem. Percebi que o motorista me vira pelo retrovisor. Logo ele deu seta, indicando que, apesar do aperto do caminho, chegaria para a direita, o que ele fez. Logo a seguir, fez sinal com o braço, para que eu o ultrapassasse.

Estamos acostumados a passar por e a exercer a brutalidade no trânsito; a selvageria é tal que quando há um gesto civilizado a gente acaba se surpreendendo. Eu não contava mesmo com a atitude do motorista da carreta. Quando eu estava próximo à cabine, buzinei brevemente e ergui rapidamente o braço esquerdo, agradecendo-o pela gentileza. Ele também buzinou. Será que ando tão à flor da pele que qualquer gentileza me faz escrever?... 

CRUZEIRO PROSSEGUE NA LIBERTADORES

Tendo perdido o primeiro jogo, em São Paulo, na semana passada, era natural que o Cruzeiro tomasse a iniciativa de modo mais incisivo na partida de ontem, realizada no Mineirão, principalmente levando-se em conta que até então a equipe vinha jogando com apatia. Foi a primeira partida do ano em que Cruzeiro jogou de modo a deixar o torcedor mais esperançoso.

Na contenda disputada no Morumbi, o São Paulo jogou muito melhor do que o Cruzeiro, que parecia satisfeito demais em sair de lá com um empatezinho. Jogou tão acuado, tão defensivamente, que nem um empate conseguiu; ademais, não fosse a performance excelente do goleiro Fábio, o São Paulo poderia ter goleado a equipe mineira. No jogo da semana passada, o São Paulo foi muito melhor do que o Cruzeiro; no jogo de ontem, o Cruzeiro foi “apenas” melhor do que o São Paulo.

Os primeiros quinze minutos do jogo de ontem tiveram o roteiro tradicional: o Cruzeiro pressionou, pois, além de jogar em casa, era o time que precisava da vitória. Ainda num roteiro que não surpreendeu, o São Paulo, que na semana passada também saiu de sua letargia, passados os famosos quinze primeiros minutos, conseguiu fazer com que o domínio do Cruzeiro fosse menos acachapante.

Os frutos da pressão realizada pela Raposa no primeiro tempo foram colhidos no segundo. Ou na cobrança de pênaltis, dependendo de como se encare. Aos nove minutos, Damião empurrou para as redes. Não tendo o Cruzeiro conseguido marcar mais um gol, o classificado seria decretado nas penalidades.

Damião, que fizera o gol que levou o Cruzeiro à cobrança de pênaltis, foi o primeiro a cobrar pelo time de BH; não marcou. Manoel também não teve êxito na cobrança dele. Pelo São Paulo, Sousa, Luís Fabiano e Lucão não marcaram; nos pênaltis, quatro a três para o Cruzeiro. Na sequência do torneio, o time vai enfrentar ou o Boca Juniors ou o River Plate nas quartas de final. O River venceu a primeira partida por um a zero; a segunda será hoje à noite.