domingo, 15 de junho de 2014

ESPN BRASIL

É um refrigério poder assistir a um canal como a ESPN Brasil. Não bastassem as análises que dizem respeito aos esportes em si mesmos, os profissionais da emissora dão uma aula de civilidade, de espírito democrático, de ousadia e de musicalidade. Sim, de musicalidade. 

Além dessa musicalidade, fácil perceber, de tempos em tempos, a cultura geral que os integrantes da emissora têm. Tudo bem que cultura geral é meio que condição indispensável para quem trabalha num grande meio de comunicação, mas o modo como a ESPN deixa-nos entrever isso é sutil, inteligente.

Não embarcando num confortável e preconceituoso jornalismo panfletário, as análises esportivas da emissora transmitem independência e autenticidade. Cosmopolitas, não apelam para uma patriotada interesseira e boba; sagazes, acabam exibindo o lado saudável e sensato que o ufanismo pode ter.

Uma pena se tratar de um canal fechado. Por outro lado, ainda bem que o acesso à televisão por assinatura tem se tornado cada vez mais fácil. Que assim continue, para que mais e mais pessoas tenham acesso a uma aula de jornalismo, de comprometimento, de paixão e de cidadania. 

FENAMILHOS

Pode ter havido um tempo em que a Fenamilho era uma parceria entre prefeitura e sindicato rural. Parece-me que essa parceria não mais existe; pelo menos, não nos moldes como pode ter existido um dia. A festa do sindicato agora é em junho. Isso sugere uma não pareceria entre a prefeitura e a entidade dos produtores rurais.

Tem havido uma elitização da Fenamilho, considerando-se o que é realizado no parque de exposições. O valor da entrada é alto, o mesmo valendo para os valores dos produtos que são comercializados dentro do parque.

Levando-se em conta somente este ano de 2014, poder-se-ia argumentar que houve o Balaio Cultural, cuja entrada era de graça; há ainda o chamado passaporte, que pode fazer com que se pague um valor menor do que o que é pago quando se compra o ingresso avulso, na bilheteria. Isso, todavia, não anula o alto valor dos ingressos nem os preços altos cobrados no parque.

À parte isso, caso haja mesmo esse “cisma” entre prefeitura e sindicato, considero o que ocorre no parque um evento particular. Sendo esse o caso, os que o promovem têm o direito de cobrar o que quiserem — ou de convidarem quem quiserem.

Não havendo mais a parceria que pode um dia ter havido entre o poder público e o sindicato, restaria ao governo municipal idealizar, para valer, uma festa. Algo parecido com uma festividade tem sido feito na Getúlio Vargas. Mas, quem sabe, por que não a festa num outro espaço, num outro formato, com opções no decorrer de todo o dia?